Por esta altura, Notodden nem parece tirada da realidade nórdica. Só que as temperaturas negativas, que, não há muitos meses, fizeram Filipe Ferreira pensar três vezes antes de se decidir pela Noruega, por fim deram tréguas. Sim, lá também há verão. "No início, era só casa e lareira, apenas saía para treinar. Agora, estão 30 graus, dá para aproveitar toda a beleza que a cidade oferece", adianta, em conversa com o JN.
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Notodden podia ser pequena para muitos e até desinteressante, mas encantos não lhe faltam. "Estamos no topo da montanha, rodeados de natureza, por duas vezes já vimos veados à porta de casa, por exemplo. Como é na zona costeira, tem muitos rios, lagos, espaços verdes. É muito bonito", declara, rendido, Filipe Ferreira. E nem as habitações escapam à tendência. "É quase só vivendas e todas têm o respetivo jardim, sempre bem tratado", declara.
Quanto aos noruegueses, o futebolista português só não lhes inveja o apetite. "Comem pão ao pequeno-almoço, ao almoço... E bebem muito café: tenho colegas que antes do treino bebem três. São doidos por pão e café", refere, entre risos. De resto, desmonta-lhes a frieza - "são muito prestáveis, estão sempre a perguntar se falta alguma coisa" - e elogia-lhes o país. "Tinha lido que a Noruega é dos melhores países para viver e posso confirmar. Não se vê pessoas com dificuldades, não há sem-abrigo", salienta o mesmo Filipe Ferreira que, antes de subir no globo, estava em negação: "E eu não queria vir".
Passe curto
Nome Filipe Gabriel Gonçalves Ferreira
Clube Notodden FK
Idade 21 anos (26/10/1996)
Posição Médio
Pormenores:
Shopping a 25 km e pela montanha
Notodden não tem shopping. E se alguma vez a vontade de ir a um for incontrolável, então há que contar com alguns obstáculos. "O shopping mais próximo fica a 25 quilómetros daqui, mas o pior não é isso. Temos de ir sempre pela montanha, por uma espécie de estrada nacional, porque não há autoestrada", conta Filipe.
Autocarro e barco até ao destino
Ir jogar fora de casa pode ser uma odisseia. É que aviões nem vê-los, mesmo que a viagem pareça interminável. "Uma vez tivemos de andar de autocarro, apanhar um barco para ir até à outra margem, voltar ao autocarro e seguir viagem até ao destino. Foram dez horas... Vá lá, as paisagens são bonitas", graceja.