O treinador da seleção feminina portuguesa de futebol definiu a Tailândia como uma equipa "técnica" e destacou o "poder físico" dos Camarões, rejeitando, em qualquer dos casos, favoritismo de Portugal no play-off Intercontinental de acesso ao Mundial 2023.
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Em 22 de fevereiro, em Hamilton, na Nova Zelândia, a formação das "quinas" defrontará o vencedor do jogo entre tailandesas e camaronesas, quatro dias antes, num embate que premiará o vencedor com um passaporte para o Campeonato do Mundo.
"A Tailândia é uma equipa técnica, com jogadoras muito rápidas e com experiência em Campeonatos do Mundo. Uma equipa que, normalmente, joga numa estrutura de 4-4-2, competitiva e com a vantagem da adaptação ser mais fácil, visto a proximidade à Nova Zelândia", afirmou Francisco Neto, ao sítio da FPF.
O selecionador luso lembrou também que Portugal já defrontou as tailandesas "há uns anos, no Torneio da China" (4-1, em 6 de outubro de 2018, com um hat-trick de Carolina Mendes), conhecendo a sua "competência" e "alguns valores individuais".
No que respeita aos Camarões trata-se, "acima de tudo, de uma equipa muito física, com um conjunto de jogadoras que atuam em França, Rússia, Estados Unidos e Itália", tendo, "individualmente, muitos valores".
"É uma equipa que não mostra tanta organização coletiva como a Tailândia, mas que, individualmente, tem valores que podem resolver o jogo", explicou, concluindo tratarem-se de duas equipas com "padrões de jogo completamente distintos".
Portugal jogará, em qualquer dos casos, com uma equipa com ranking inferior, mas Francisco Neto rejeita favoritismo, pois "os rankings muitas vezes não refletem o valor desportivo das equipas", uma vez que "nem todas têm as mesmas condições para pontuar".
"Nos jogos a eliminar - e ainda agora no play-off europeu fomos prova disso, pois jogámos com duas equipas acima de nós no ranking (vitórias com Bélgica e Islândia) -, não há favoritos. É 50/50. Está o Campeonato do Mundo em causa", frisou.
De acordo com Francisco Neto, "vão ser jogos definidos pelos pormenores", com Portugal, como cabeça de série, a ter "a vantagem de só fazer um jogo e não dois, fruto do que tem sido a competência" da seleção lusa "ao longo dos anos".
Quanto à diferença horária, de 12 horas, para a Nova Zelândia, o selecionador luso afirmou que é preciso "um processo de adaptação", o que requer um "planeamento profundo", até porque nem todas as jogadoras da seleção nacional atuam em Portugal.
"Já tivemos, na FPF, equipas a competir na Nova Zelândia e vamos recolher todas as informações possíveis para ajudar as jogadoras naquilo que for necessário para que elas se apresentem nas melhores condições", garantiu.
O Mundial 2023 está a um passo: "É um orgulho estar nesta posição e queremos concretizar a ambição de Portugal, não queremos ficar pelo quase. É a hora de fazer acontecer, é uma oportunidade única. É a primeira vez que a UEFA pode colocar 12 equipas num Campeonato do Mundo. Já lá estão 11 e nós queremos ser a 12.ª".
No play-off intercontinental, que se realiza de 18 a 23 de fevereiro, Portugal é o cabeça de série do Grupo A, pelo que já está na final, no dia 22, para defrontar o vencedor do embate entre Camarões ou Tailândia, que se encontram quatro dias antes.
Para a fase final estão já definidas 29 das 32 seleções, 11 da Europa, nomeadamente Suécia, Espanha, Inglaterra, Dinamarca, Noruega, Alemanha, França, Países Baixos, Itália, Suíça e Irlanda.
As outras formações já qualificadas são as anfitriãs Austrália e Nova Zelândia, mais China, Japão, Filipinas, Coreia do Sul e Vietname (Ásia), Marrocos, Nigéria, África do Sul e Zâmbia (África), Canadá, Costa Rica, Jamaica e Estados Unidos (CONCACAF) e Argentina, Brasil e Colômbia (América do Sul).
A fase final do Mundial feminino de 2023 realiza-se na Austrália e na Nova Zelândia, de 20 de julho a 20 de agosto.