Artur Jorge, treinador que conduziu o F. C. Porto ao título de campeão europeu em 1987 e que ocupou o cargo de selecionador nacional, morreu esta quinta-feira, aos 78 anos. As reações de pesar sucedem-se.
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O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, assumiu a consternação pela morte do antigo jogador e treinador Artur Jorge, que considerou "uma figura indelével do futebol português". "Jogador de grande gabarito, internacional por 16 vezes, selecionador nacional em duas ocasiões e, como treinador principal, campeão europeu ao serviço do F. C. Porto, Artur Jorge sempre prestigiou o futebol nacional na Europa e no mundo", lê-se na mensagem de condolências de Fernando Gomes.
Já o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, considerou que a morte do antigo treinador e jogador Artur Jorge é "uma perda irreparável" para o futebol luso. O líder da Liga de clubes refere que Artur Jorge ficará para a história como "um jogador diferenciado e um treinador que ajudou a colocar o nome de Portugal no mundo com a conquista da Taça dos Campeões Europeus, em 1987", pelo F. C. Porto. "Por direito próprio, transformou-se numa referência do futebol, alguém com quem tive o privilégio de privar e manter uma excelente relação", afirmou.
O presidente da Académica disse que o antigo selecionador nacional, Artur Jorge, será sempre recordado como um homem que marcou o desporto português. Em declarações à agência Lusa, Miguel Ribeiro manifestou o "profundo pesar" pela morte do antigo treinador de futebol, que faleceu aos 78 anos, vítima de doença prolongada, e ao mesmo tempo o orgulho da sua passagem por Coimbra. "Foi um futebolista que tivemos a felicidade de passar por Coimbra e que marcou um período de ouro da Académica (1965-1969), que ia conquistando um campeonato e uma Taça de Portugal e foi às competições europeias", sublinhou o dirigente.
Já o Belenenses recordou o fim da carreira de futebolista e o início do percurso como treinador no clube de Artur Jorge. Em comunicado, assinado pelos órgãos sociais do clube do Restelo, que alinha agora na Liga 2 de futebol, estes expressaram "as mais sentidas condolências" a todos os seus familiares e amigos, "neste momento difícil e em nome de toda a família belenense".
O Paris Saint-Germain (PSG) recordou o treinador português Artur Jorge, que morreu aos 78 anos, como uma "personagem erudita" que levou o clube ao seu segundo título de campeão francês de futebol em 1993/94. "Em 1991, o Paris Saint-Germain contratou essa personagem erudita e francófona com o objetivo de conquistar um segundo título de campeão de França. Em três anos, esse objetivo foi alcançado", lê-se. Recordando igualmente o "célebre bigode" do técnico, o PSG fez um balanço do percurso de carreira de Artur Jorge, concluindo a nota apresentando "as mais sinceras condolências" à família do antigo selecionador português.
O Créteil-Lusitanos expressou a tristeza com a morte do treinador português Artur Jorge, que comandou o clube francês em 2006/07. "O Créteil-Lusitanos teve a tristeza de saber da morte de Artur Jorge, treinador do clube na época 2006/07. Com passagens por F. C. Porto, Paris Saint-Germain, Benfica ou ainda pela seleção de Portugal, Artur Jorge trouxe toda a sua experiência para o clube", enalteceu o emblema francês, na rede social Instagram.
Quanto a Humberto Coelho, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), considerou Artur Jorge como alguém que "prestigiou o futebol português". "O Artur Jorge não foi apenas um grande jogador e treinador de futebol, mas também uma grande pessoa. Tivemos momentos muito bons, enquanto adversários, estava ele na altura na Académica e tinham uma grande equipa. Jogos muito difíceis e duros, com resultados imprevistos", disse, em declarações divulgadas pela FPF. O antigo defesa central destacou ainda Artur Jorge como um profissional "competente, dedicado e com resultados notáveis", salientando que "prestigiou o futebol português".
O antigo futebolista e treinador Bernardino Pedroto enalteceu o legado da "pessoa extremamente singular e inteligente" que foi Artur Jorge. "Era uma pessoa extremamente singular. Era diferente, uma pessoa que sempre se interessou pela cultura, uma pessoa extremamente inteligente. Tivemos o prazer de conviver juntos no Benfica. Era um excelente colega. Era um líder", realçou, em declarações à Lusa.
O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, recorreu às redes sociais para evocar "a memória de Artur Jorge, jogador, treinador e selecionador nacional de futebol, além de homem culto, com preocupações cívicas, e poeta". "A ele devemos, entre outros feitos, a conquista, na célebre final de Viena, em 1987, da primeira Taça de Campeões Europeus pelo Futebol Clube do Porto", escreveu no X.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, recordou, também na rede social X, os "inúmeros feitos" do antigo futebolista e treinador, que "será sempre recordado como o primeiro treinador português campeão europeu e como uma personalidade marcante no futebol português".
Carlos Queiroz considera que "todas as palavras que possam ser escritas ou ditas agora não conseguirão nunca exaltar com justiça os extraordinários e brilhantes feitos de uma carreira ímpar ao serviço do futebol português". "Sentimos e sabemos do teu exemplo de Campeão, Homem, Jogador e Treinador, que chegou e partiu maior do que tudo e todos. Um forte e carinhoso abraço para todos os que em paz te amam e a quem desejo toda a coragem e conforto neste triste momento", acrescentou.
O antigo presidente do Benfica, Manuel Damásio, também prestou homenagem a Artur Jorge: "Tenho uma grande consideração pelo homem e pelo treinador. Quando fui para o Benfica, fiz um pouco aquilo que fazia na minha vida privada, em termos de gestão, e fui à procura do treinador português com melhor currículo. E era o Artur Jorge", disse Manuel Damásio, em declarações à agência Lusa.
Já Gaspar Ramos, vice-presidente para o futebol do Benfica nessa época, lembrou, Lusa, que Artur Jorge "foi uma pessoa que passou pelo Benfica, teve os seus méritos, os seus desaires, coisas boas e coisas más. Isso é a vida. Nesta hora em que ele desaparece, temos de lamentar".
O ex-futebolista internacional português Paulo Futre lembrou as palavras de Artur Jorge na final Taça dos Clubes Campeões Europeus que o F. C. Porto conquistou, em 1986/87, garantindo que nunca vai esquecer o treinador. "Vocês têm 45 minutos para entrar na história. E entrámos! Nunca esquecerei essas palavras nem me esquecerei de você. Obrigado por tudo. Até sempre, Eterno Mister", o internacional português, numa mensagem nas redes sociais.
Na mesma linha, o antigo capitão do F. C. Porto, João Pinto, também recordou as palavras de Artur Jorge no intervalo da final da Taça dos Campeões Europeus, em 1986/87, que os dragões conquistaram. "Após corrigir o que estava menos bem na primeira parte, lembro-me de uma frase em que disse que tínhamos 45 minutos para ficar na história não só do futebol português como do europeu", disse João Pinto, de 62 anos, aos canais de comunicação do F. C. Porto. O antigo lateral direito considerou a morte de Artur Jorge "triste para o F. C. Porto e para quem trabalhou com ele, não só ao nível do futebol nacional como ao nível do futebol europeu", uma vez que conquistou títulos internacionais, como a Taça dos Campeões Europeus. "Tinha uma cultura acima da média. Era um treinador que percebia de futebol. Era uma pessoa em que todos nós acreditávamos, não só como treinador, mas como homem", referiu ainda.
Um dos heróis da conquista da Taça dos Campeões europeu, eternizada pelo seu golo de calcanhar, Rabah Madjer apresentou condolências à família de Artur Jorge: "Tomei conhecimento da triste notícia do falecimento do meu antigo treinador Artur Jorge, com quem conquistei vários títulos incluindo a Taça dos Campeões Europeus de 1987. Gostaria de apresentar as minhas sinceras condolências à sua família e ao F. C. Porto. Descansa em paz".
O antigo futebolista do F. C. Porto, Bandeirinha, disse que Artur Jorge "vai deixar saudades" e que guarda as melhores recordações do treinador que o foi buscar à Académica para os dragões. "Era uma pessoa exigente, simpática, com um grande conhecimento a nível futebolístico, que nos ensinou imensas coisas", afirmou Bandeirinha, de 61 anos, em declarações aos canais de comunicação do F. C. Porto. "[Artur Jorge] fazia-nos acreditar naquilo que éramos capazes de fazer e foi nesse sentido que fizemos o percurso que fizemos e conquistámos as taças que conquistámos", acrescentou o antigo defesa.
António André, que também foi campeão europeu pelos portistas em 1987, referiu que Artur Jorge "deixa um legado muito forte". "Perdemos um grande homem, de H grande. Tive a felicidade de ser orientado por ele, até porque já era dos melhores treinadores europeus. Queria dar condolências à sua família. Que Deus o tenha em paz", partilhou o antigo médio.
O antigo internacional português e atual dirigente do F. C. Porto, Vítor Baía, referiu-se a Artur Jorge, como "um dos maiores de sempre" do futebol português. Numa publicação nas redes sociais ilustrada com uma foto de celebração juntamente com o técnico, João Pinto e Aloísio, Vítor Baía recorda "o dia em que [Artur Jorge] entregou sem medo a baliza do F. C. Porto a um jovem de 18 anos". Baía, internacional português em 80 ocasiões, recorda sobretudo "as lições de futebol e de vida" que Artur Jorge "sempre transmitiu a quem com ele trabalhou", agradecendo-lhe por esse facto e despedindo-se com um "até sempre".
Por seu lado, Rui Águas, autor do primeiro golo da equipa das quinas sob orientação de Artur Jorge, recordou o antigo futebolista e treinador como uma figura particular da modalidade: "Deixa-nos uma pessoa muito especial enquanto jogador, treinador e vencedor de uma Taça dos Campeões Europeus. Era uma pessoa diferente ou, melhor dizendo, invulgar", disse à agência Lusa o ex-jogador.
"O futebol português perde uma das suas figuras marcantes, quer como jogador, quer como treinador que trouxe para o F. C. Porto a primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus e de campeão mundial. Um treinador que marca a sua geração. O futebol português ficou mais pobre, está de luto", lamentou Toni, em declarações à agência Lusa.
Para além das qualidades como treinador, Toni destacou ainda "o lado de cidadania" de Artur Jorge, "um homem de lutas" que iniciou "na Associação Académica" de Coimbra e que se "transferiram depois" para a sua atividade profissional no futebol.
"Foi um dos homens que lutou pela liberdade em relação àquilo que foi uma viragem muito grande, aquando da formação do Sindicato [dos Jogadores] em Portugal e o fim do direito de opção", recordou.
O treinador destacou ainda a "relação de amizade" iniciada quando era juniores, com Toni "no Anadia" e Artur Jorge "no F. C. Porto", antes de partilharem "momentos na Académica" e, mais tarde, vestirem "o mesmo manto sagrado do Benfica".
Reconheceu, por outro lado, que tiveram também "uma relação de alguma crispação", que foi "ultrapassada" por serem "gente inteligente". "Soubemos ultrapassar esse momento menos bom. Guardarei para sempre uma relação de amizade por estas situações que tive com o Artur Jorge", resumiu Toni.
O Vitória de Guimarães, por seu turno, considerou que a morte de Artur Jorge representa "uma perda enorme para o futebol português", enviando condolências à família e amigos.
Já o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) lamentou a morte de Artur Jorge, primeiro presidente e sócio número um, salientando que teve um papel fundamental na afirmação do organismo. A entidade acrescenta que, enquanto primeiro presidente, Artur Jorge ajudou a "estabelecer a organização" e foi fundamental na "criação de condições para que o sindicato se viesse a afirmar", lembrando o seu percurso como futebolista e como treinador.
O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, manifestou também "o mais profundo pesar" pela morte de Artur Jorge. "Foi com enorme tristeza que recebi a notícia do falecimento de Artur Jorge e as minhas primeiras palavras são para a sua família e amigos próximos, neste momento de profunda dor. O Artur será sempre uma das figuras mais importantes e respeitadas do futebol português", disse, citado no comunicado.
Evangelista considerou Artur Jorge um dos "pais fundadores" do sindicato, referindo que lhe devem a "coragem, o espírito de missão e o sacrifício para dar vida à estrutura sindical, em plena ditadura". "Quis o destino que nos deixasse na véspera do aniversário da organização que ajudou a fundar, sendo da mais inteira justiça, em nome de todos os futebolistas, das mais diversas gerações, prestar-lhe a mais sincera homenagem. Um homem bom, que respirava futebol e esteve sempre do lado das causas certas. Descanse em paz Artur Jorge, obrigado pelas coisas bonitas", concluiu.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) lamentaram hoje o desaparecimento do antigo futebolista e treinador Artur Jorge.
"Para sempre um nome ligado ao nosso futebol. Descansa em paz, Artur Jorge", lê-se numa publicação da FPF na rede social X, acompanhada por uma fotografia do treinador enquanto selecionador luso, cargo que ocupou em duas ocasiões.
Em comunicado, a LPFP refere que "lamenta profundamente o falecimento de Artur Jorge, antigo internacional português, que se notabilizou tanto como jogador e treinador ao serviço de FC Porto, Benfica e Académica".
"À família enlutada e a todos os adeptos em geral, a Liga Portugal endereça as mais sentidas condolências", lê-se.
O antigo futebolista António André evocou a emocionante palestra proferida pelo então treinador do FC Porto Artur Jorge, que morreu hoje aos 78 anos, ao intervalo da final da Taça dos Campeões Europeus, em 1986/87.
"Não haja dúvidas de que nos falou ao coração. Sentiu que nós íamos lá para dentro [do relvado] e mudávamos de atitude se realmente nos falasse ao coração. Ele falou-nos das viagens, do tempo passado fora de casa e da chuva que apanhámos para estarmos ali naqueles 90 minutos. Tocou-nos com sinceridade no coração e conseguimos dar a volta [ao resultado] com uma segunda parte fantástica", recordou à agência Lusa o ex-médio.
Artur Jorge, antigo selecionador português e treinador campeão europeu pelo F. C. Porto, morreu, esta quinta-feira, aos 78 anos, anunciou a família em comunicado.
O antigo avançado, nascido no Porto, em 13 de fevereiro de 1946, iniciou a carreira no F. C. Porto, tendo, depois, rumado à Académica, em Coimbra, onde, como jogador-estudante cursou Filologia Germânica, antes de chegar ao Benfica, clube no qual venceu quatro campeonatos e duas Taças de Portugal.
Após seis temporadas no emblema das águias, rumou ao Belenenses antes de encerrar a carreira nos norte-americanos do Rochester Lancers, em 1977, enveredando, depois, pela carreira de treinador, na qual teve o momento alto da carreira em 1986/87, ao vencer a Taça dos Clubes Campeões Europeus ao serviço do F. C. Porto.
A carreira de treinador começou em 1980/81, como adjunto no Vitória de Guimarães, estreando-se na época seguinte como treinador principal no Belenenses, numa temporada em que também esteve no Portimonense.
Artur Jorge chegou ao F. C. Porto em 1984/85, do qual saiu após a conquista da Taça dos Campeões Europeus para treinar os franceses do Matra Racing, regressando aos dragões em 1988/89.
A primeira passagem pela seleção portuguesa acontece em 1990 e 1991, iniciando o falhado apuramento para o Euro 1992, seguindo-se uma passagem pelo Paris Saint-Germain, antes do regresso a Portugal para treinar, sem sucesso, o Benfica.
Artur Jorge voltou a comandar a seleção no apuramento para o Mundial 1998, que também falhou, seguindo-se passagens por Tenerife, Vitesse, Paris Saint-Germain, Al Nassr e Al Hilal (Arábia Saudita), Académica, CSKA Moscovo, Al Nasr (Kuwait), Creteil Lusitanos e Alger, além da seleção dos Camarões e da Suíça.
Ao longo da carreira de treinador, Artur Jorge conquistou três campeonatos portugueses, uma Supertaça e uma Taça de Portugal pelo F. C. Porto, além da Taça dos Campeões Europeus.
Artur Jorge ficou ainda na história do Paris Saint-Germain, ao qual deu o seu primeiro título de campeão, em 1993/94.