A maioria das equipas que participa na Liga de futebol 2010/11, que hoje se inicia, entra na prova obrigada a refrear gastos. O Benfica é a principal excepção, igualando o investimento do F. C. Porto. Ainda assim, os três "grandes" vão gastar 105 milhões de euros.
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Os 16 emblemas que integram a Liga de futebol de 2010/11, que hoje começa com o Braga-Portimonense, entram em campo cheios de sonhos desportivos, mas cientes de que a crise obriga a poupar e a investir pela certa.
Sete das 14 formações (50%) que repetem a presença da época anterior apresentam um orçamento inferior e há ainda dois clubes (F. C. Porto e U. Leiria) que admitem ir gastar o mesmo. Sabendo-se que os promovidos Beira-Mar e Portimonense não entram nas comparações, restam cinco equipas que vão gastar mais. E se o reforço de investimento de Naval e Marítimo não é significativo, já Sporting, Braga e Benfica furam a tendência.
Depois de ter sido campeão, após quatro épocas a ver o F. C. Porto festejar, o Benfica acentua o crescimento evidenciado na última época e sobe o orçamento de 30 para 40 milhões, igualando o valor dos dragões, que tem rondado os 40 milhões, desde 2008, ano em que rebentou a crise financeira. Se a dupla de candidatos ao título apresenta os valores mais altos, o Sporting é o terceiro do ranking, investindo 25 milhões, como há duas épocas, mas 2,5 milhões acima, face a 2009/10. À espreita de uma inédita presença na fase de grupos da Champions, após o segundo lugar na Liga, o Braga aproveita a habitual entrada de dinheiro com vendas para apresentar um orçamento de nove milhões de euros, mais um milhão do que em 2009/10.
O Marítimo, de volta às provas europeias, tenta fintar a crise, com uma subida de seis para 7,5 milhões, mesmo assim abaixo de 2008/09 (sete milhões).
Na Figueira da Foz mora uma Naval agora em versão SAD, que sobe a aposta em meio milhão de euros, fixando-a nos 2,9 milhões, ainda assim inferior, em relação há duas épocas (três milhões).
O aperto é visível em equipas que lutam só pela permanência, mas, mesmo entre quem procura habitualmente ir às provas europeias, nota-se maior contenção. É o caso do Guimarães, que desce de sete para seis milhões, e do Nacional, que baixa de cinco para quatro milhões.
Quatro abaixo dos dois milhões
Curiosamente, há quem aposte mais do dobro, em comparação com outros de objectivos idênticos. Por exemplo, a U. Leiria repete os quatro milhões, muito acima dos 1,4 milhões que o Olhanense se propõe gastar. O clube algarvio assume-se como o mais contido, embora Portimonense e Setúbal se situem ligeiramente acima, com orçamentos de 1,5 milhões. Já o Beira-Mar aposta em 1,8 milhões, abaixo dos 2 milhões aplicados pelo Paços de Ferreira. Rio Ave (3,4) e Académica (3,6) anunciam menos gastos.
Contas feitas, os orçamentos totalizam 153,6 milhões, numa subida de 3,9%, em relação ao último ano, que atingiu 147,9 milhões. Há duas épocas, atingira 138,6 milhões, ou seja, tem globalmente subido, mas de forma pouco significativa.
*Com Paulo Jorge Ferreira e Rui Miguel Melo