Portugal vai tentar revalidar, na Argentina, o título mundial conquistado há três anos em Espanha. França é um adversário perigoso na estreia
Corpo do artigo
A 45.ª edição do Campeonato do Mundo de hóquei em patins, que devia ter sido realizada em 2021 mas foi adiada para este ano devido à pandemia, volta a testar as capacidades da seleção portuguesa. A equipa das quinas chega à Argentina na condição de campeã e à procura de repetir o título, algo que não consegue fazer há três décadas (os dois últimos Mundiais que Portugal ganhou de forma consecutiva foram os de 1991 e 1993).
A competição também pode servir para os jogadores portugueses esquecerem a desilusão sofrida no Europeu do ano passado, perdido de forma inglória (e polémica) para a Espanha. Recorde-se que esse torneio, realizado em Paredes, foi disputado num formato de grupo único que permitiu aos espanhóis e à França chegarem à última jornada sabendo que um determinado resultado afastaria Portugal da final, conforme veio a acontecer.
Para este Mundial, o selecionador Renato Garrido fez apenas uma alteração na lista de 10 convocados (João Souto, do Sporting, rendeu Jorge Silva, da Oliveirense), mantendo um grupo com os principais nomes da modalidade, formado por três jogadores do F. C. Porto (Telmo Pinto, Rafa e Gonçalo Alves), outros três do Sporting (Ângelo Girão, Henrique Magalhães e Souto), dois do Benfica (Pedro Henriques e Diogo Rafael) e dois do Barcelona (Hélder Nunes e João Rodrigues).
Em San Juan desde a passada quarta-feira, após uma longa viagem com escalas em Madrid, Buenos Aires e Mendoza, Portugal estreia-se depois de amanhã (22.45 horas) diante da França, um adversário bastante perigoso, com o qual perdeu no Europeu. No Grupo A, a seleção lusa vai ainda defrontar a Itália (dia 8) e o Chile (dia 9). A seguir, virão os quartos de final (dia 11), com um adversário do Grupo B (Argentina, Espanha, Moçambique ou Angola), sendo que o principal objetivo luso da primeira fase será obter um lugar que permita evitar os argentinos ou os espanhóis na primeira ronda a eliminar.
Quando revelou a convocatória, Garrido disse que a Argentina, "por jogar em casa, numa cidade que respira hóquei em patins", é a favorita ao título. No Mundial anterior, em Espanha, a seleção das Pampas conseguiu chegar à decisão, mas perdeu com Portugal no desempate por grandes penalidades, após o 0-0 registado no final do tempo regulamentar e do prolongamento. Cabe à equipa portuguesa tentar repetir a façanha de 2019, que na altura quebrou um jejum de 16 anos sem títulos mundiais.
"Sentimos que estamos prontos para enfrentar a competição"
Os favoritos no Mundial são os habituais ou poderá haver alguma equipa fora da caixa?
Renato Garrido (RG), selecionador de Portugal - Vamos ver. A Argentina é a favorita porque joga em casa, perante um público apaixonado pelo hóquei. Portugal, Espanha, Itália e França também são fortes candidatos. O Chile tem jogadores que também jogam na Europa e pode ser uma surpresa.
A seleção portuguesa está preparada para defender o título?
RG - Os atletas estão bem. Tivemos três semanas excelentes em estágio, com grande empenho de todos, o que nos permitiu cumprir o plano definido. Sentimos que estamos prontos para enfrentar a competição.
Neste tipo de torneio, o primeiro jogo, neste caso com a França, tem relevância acrescida?
RG - Tem a importância de ser o primeiro. A França está mais forte a cada competição internacional e é uma equipa bastante difícil. Tem vindo a crescer imenso nos últimos anos e temos de ter muita atenção.
Os 10 eleitos:
GUARDA-REDES
Pedro Henriques (Benfica)
Ângelo Girão (Sporting)
DEFESAS
Diogo Rafael (Benfica)
Telmo Pinto (F. C. Porto)
Henrique Magalhães (Sporting)
MÉDIOS
Hélder Nunes (Barcelona)
Rafa (F. C. Porto)
João Souto (Sporting)
AVANÇADOS
João Rodrigues (Barcelona)
Gonçalo Alves (F. C. Porto)