Minhotos fizeram tudo, na segunda parte, para ganhar´jogo de sentido único, mas Deus não foi bracarense.
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O Braga cedeu os primeiros pontos em casa, ao empatar com a Naval (0-0), e não aproveitou o deslize do companheiro de liderança, o Benfica, uma escorregadela que se deveu à ineficácia gritante dos seus jogadores.
E referimos o Benfica porque este jogo da Naval, em Braga, foi a papel químico do que realizou na Luz. Só que, nos descontos, os benfiquistas quebraram o enguiço e, ontem, no AXA, o nulo manteve-se. A equipa da Figueira, na sua resistência ao assalto dos minhotos teve um herói como há sempre neste tipo de proezas. Foi ele Peiser, que defendeu o impossível , mas que também beneficiou da imperícia do ataque dos arsenalistas, cujo número de golos é menos de metade dos do Benfica. Em sentido contrário ao de Peiser, Eduardo foi um mero espectador.
O Braga deu meia parte de avanço e isso se calhar foi-lhe fatal, pois a aguerrida equipa da Naval, foi jogando com o relógio e retirando clarividência aos minhotos. O resto foi obra da deusa fortuna, que não quis que o Braga se isolasse na liderança. Ontem, definitivamente, Deus não foi bracarense...
Augusto Inácio montou bem o seu esquema de contenção que desenhava um 4x1x4x1, com Lazaroni a trinco e apenas Kerrouche na frente, embora acolitado, nas transições para o ataque, por Marinho e Baradji.
Só que a estratégia navalista é como um cobertor: se se puxa para a cabeça, destapam-se os pés...Ou seja: no aspecto ofensivo, os figueirenses, praticamente, não existiram.
Duas palavras que sintetizam, claramente, a primeira parte: monotonia e imobilismo. Monotonia porque o jogo foi previsível e pouco emotivo. Imobilismo porque o encontro se centrou muito no despique de bola, no miolo, e não junto às áreas, aqui com a responsabilidade maior do Braga, equipa com uma necessidade imperiosa de ganhar.
Na segunda parte, o Braga despertou e apareceu turbinado. A equipa era a mesma, é certo, mas o espírito era outro. Aumentou a intensidade atacante, fez mais pressão na área e as jogadas de perigo começaram a surgir. Em cinco minutos, Alan, Meyong ou Paulo César falharam o golo, por alguma imperícia.
Impaciente, Domingos, que viu o jogo no camarote, resolve ampliar o ataque fazendo sair Meyong e Paulo César e fazendo entrar Adriano e Matheus. Foram substituições posicionais, mas isso permitiu avançar Mossoró, passando o sistema para 3-1-2-4.
Assim, a pressão aumentou e, inacreditavelmente, Matheus falhou um golo de baliza aberta. Temendo o pior, Inácio trocou Kerrouche por Michel, recuando ainda mais a equipa. A seguir, Matheus entrou para o anedotário dos falhanços, ao permitir a defesa a Peiser (grande guarda-redes!) a um metro da baliza. Em desespero, Osvaldo rende Mossoró, no assalto final. Mas o choque, para os adeptos locais, ia acontecendo nos descontos, quando Michel atirou uma bola à barra.