Ciclista de Penafiel lembrou as emoções da conquista em 2021.
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Em 2021, Joaquim Silva (Efapel) conquistou um dos maiores êxitos da sua carreira ao vencer o GP JN, algo que próprio apelida de "inesquecível"e que lhe permite partir para estrada nesta edição, de forma inédita, com o dorsal número um, numa corrida para a qual antecipa muita competitividade.
Passado um ano, ainda estão bem presentes as memórias de ter vencido o GP JN em 2021?
Sem dúvida. Vencer esta corrida é algo que nunca mais vou esquecer, foi um dos meus momentos mais bonitos no ciclismo. Mas vou também criar novas memórias, porque pela primeira vez na minha carreira irei, nesta edição, envergar o dorsal número um. Será algo inesquecível.
E ser o dorsal um, como detentor do título, dá-lhe mais responsabilidade na sua prestação?
Não acho que me dê mais responsabilidade, porque numa corrida destas queremos sempre fazer o melhor e estar na frente. É para isso que lutamos diariamente. A Volta a Portugal não correu como esperava, e vou agora com a missão de ter uma melhor prestação.
Qual é a importância para o ciclismo nacional de haver uma corrida com a tradição e envolvência do GP JN?
É mesmo muito importante termos no calendário esta corrida. Depois da crise que o ciclismo passou entre 2011 e 2013, o regresso do GP JN e a aposta contínua que o jornal tem feito na modalidade trazem um grande crescimento para o ciclismo. A visibilidade mediática que dá aos corredores, às equipas e aos patrocinadores é fundamental para todos nós. Além disso, a história desta prova faz com que toda a gente a queira ganhar. Sem dúvida que depois da Volta a Portugal e da Volta ao Algarve é a prova com mais impacto.
O facto desta corrida acontecer depois da Volta a Portugal é uma vantagem ou desvantagem para a forma física dos ciclistas?
A data está perfeita. O problema do calendário nacional foi sempre estar muito concentrado em torno da Volta a Portugal. Antes havia um período de corridas muito seguido, que depois abrandava para os atletas fazerem os estágios em altitude, e depois da Volta quase que não se fazia mais nada no calendário. Esta mudança de data do GP JN, que foi feita já no ano passado, é muito boa porque alarga a época e obriga os ciclistas a manterem a forma mais tempo. Isso é positivo para prepararmos o ano seguinte, pois quanto mais tarde terminarmos a época, mais preparados estaremos para encarar a nova temporada.
Sendo uma prova que se disputa, essencialmente, nas estradas do Norte do país, sente-se uma maior paixão do público?
Todos sabemos que as pessoas do Norte vibram muito com o ciclismo e sentimos isso na estrada. Além disso, como o GP JN tem muito mediatismo, nota-se que chama mais pessoas para nos apoiar. Para os corredores, sobretudo os que vivem nesta região, é ainda mais aliciante, porque corremos em estradas que estamos habituados a treinar, e temos mais pessoas, quer família ou amigos, a assistirem à corrida.
Que opinião tem sobre o percurso desta edição?
Parece-me que os primeiros quatro dias serão os mais decisivos para as contas finais. Mas depois há outras etapas que têm certas zonas que podem fazer a diferença. Será uma prova muito competitiva do início ao fim e as dificuldades serão feitas pelos ciclistas na estrada.
Repetir a vitória do ano passado é um dos seus objetivos?
Vou sempre com o objetivo de fazer o melhor possível e depois se verá. Vencer o ano passado já foi algo inesquecível. Não só pelas emoções a nível pessoal, mas também pelo trabalho que os meus colegas de equipa fizeram por mim.