Cláusula de um contrato de consentimento sexual, que alguns futebolistas da Liga espanhola estarão a utilizar para legitimar as suas relações sexuais, procura desculpabilizar atos que podem configurar abusos.
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O presidente da escola de treinadores de Espanha, Miguel Ángel Galan, partilhou, nas redes sociais, um contrato de consentimento sexual que estará a ser utilizado por futebolistas da Liga espanhola.
Na publicação, o dirigente destaca a cláusula denominada “violação acidental”, que considera uma “aberração”. A mesma prevê que “qualquer uma das partes, sendo homem, pode, sem culpa nem intenção, penetrar um orifício feminino que não estava disponível para atividade sexual neste acordo de consentimento”.
O polémico documento rapidamente ganhou expressão internacional e tem gerado reações de condenação. No programa televisivo “TardeAR”, da estação Telecinco, a jornalista espanhola Ana Rosa Quintana foi clara: “Violação acidental? Desculpem, mas isso não existe. É como os unicórnios, não existem, são criaturas mitológicas, parece-me absurdo. Ou é violação ou não é”.
O futebol espanhol continua envolto em escândalos de cariz sexual. Nos últimos anos, foram condenados os futebolistas Dani Alves, Santi Mina, Rúben Castro, Bráulio e Hugo Mallo. Em 2019, os jogadores do Arandina, Carlos Cuadrado, Victor Rodriguez e Raúl Calvo foram condenados a 38 anos de prisão por agressão sexual a uma jovem menor de 15 anos.
Recentemente, Rafa Mir, avançado do Valência, foi também acusado de agressão sexual. Por outro lado, o internacional português William Carvalho, que atua no Betis, viu arquivada uma queixa da mesma natureza.