Derrota e lenços brancos deixam técnico sob fogo cruzado num ciclo com decisão na Champions e dupla visita ao Dragão.
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A derrota, exibição e os lenços brancos, no final do dérbi, aumentam a pressão e deixam Jorge Jesus sob fogo cruzado para o ciclo infernal de dezembro com decisões na Liga dos Campeões e a dupla visita ao Dragão. Uma série com uma batalha decisiva já quarta-feira, diante do Dínamo de Kiev, e que, provavelmente, definirá muito do destino do treinador nas águias.
No plano diretivo, ao que o JN apurou, Jorge Jesus conserva a confiança da SAD, liderada por Rui Costa, e a questão da substituição nem sequer é tema de análise. No entanto, a inexistência de uma reação e um eventual agudizar de maus resultados (não vencer o Dínamo Kiev e perder a dupla jornada no Dragão) aumentará a pressão sobre Rui Costa para que reabra a discussão da continuidade do treinador, figura nunca consensual e mesmo fraturante no universo da águia.
Além do embate com o Dínamo de Kiev, Jorge Jesus terá de liderar os encarnados em vários duelos sem margem para qualquer percalço em face do atual cenário.
As águias deslocam-se a Famalicão (dia 12) e recebem o Covilhã (15), numa discussão que decide o apuramento para a "final four" da Taça da Liga, e Marítimo (19). A primeira visita ao Dragão, dos oitavos de final da Taça de Portugal, está agendada para o dia 23, e a segunda da 16.ª jornada Liga, acontece uma semana mais tarde (30).
Os adeptos escutados pelo JN coincidem nos motivos da reação dos simpatizantes (exibição de lenços brancos) mas divergem nas consequências. Gaspar Ramos, antigo dirigente, defende a saída do treinador, sem esperar pela avaliação do rendimento no presente mês. "O Benfica tem jogos de grande responsabilidade e as vitórias ajudam, mas não resolvem o problema. Adiar não é solução e, se calhar, perdemos tudo", defende o antigo dirigente.
Já António Manuel Ribeiro rejeita o afastamento devido ao calendário. "Seria pior a emenda do que o soneto", aponta, admitindo, porém, mudar de perspetiva, em função dos próximos resultados. "Se falhar na quarta-feira e depois com o F.C. Porto acho que fica muita coisa em questão", destaca.
Derrota expôs problema no centro da defesa
A instabilidade defensiva ficou a nu na derrota com o Sporting e voltou a reacender uma preocupação de Jesus e da SAD em relação à substituição de Lucas Veríssimo. Sem o brasileiro e com as hesitações nas apostas em Morato e Ferro, a questão deve ganhar outra dimensão em janeiro, uma vez que as dificuldades de André Almeida foram bem visíveis.
O assunto está em cima da mesa, mas o dossiê só deverá conhecer avanços mediante os objetivos que se mantiverem intactos no início de 2022. Também por isso, dezembro é um mês de grandes decisões.