Oito golos sofridos nos últimos quatro jogos, a que se soma a derrota (1-2) com a Croácia, fizeram descer a pique a confiança da equipa das quinas antes do arranque do Europeu.
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A última vez que Portugal apresentou uma defesa tão permeável foi em 2021, no Campeonato da Europa, após os jogos com a Alemanha (2-4), França (2-2) e Bélgica (0-1), a que se acrescentou o duelo de apuramento com a Irlanda (2-1). Depois de garantir, pela primeira vez na história, uma campanha cem por cento vitoriosa na qualificação, com somente dois golos encaixados, nada fazia prever a queda de consistência defensiva.
Portugal arrancou bem 2024 com uma vitória sobre a Suécia, por 5-2, porém a primeira derrota da era Martínez chegou na Eslovénia, por 0-2. Voltou aos triunfos, por 4-2, com a Finlândia, sendo que, no domingo, perdeu (1-2) novamente, agora com os croatas. No total, oito golos sofridos e a sensação que Portugal mergulhou num mar de dúvidas e descrédito a pouco mais de uma semana do duelo com a Chéquia, o primeiro embate no Europeu.
Nos quatro particulares, o selecionador utilizou a defesa clássica de quatro elementos em três ocasiões e apenas com a Eslovénia recorreu ao três centrais, variante que utilizou com regularidade na seleção da Bélgica. Curiosamente, Pepe, um dos esteios de Portugal nas últimas décadas, não esteve presente em nenhum dos momentos em que a equipa sofreu golos - esteve ausente nos dois últimos jogos - e promete ser um reforço crucial, apesar da idade (41) aconselhar prudência e cuidado na gestão da condição física.
Ouvido pelo JN, o treinador Manuel Machado salienta que o dedo não pode estar só apontado à defesa. “Portugal defende como um todo, o coletivo está acima de tudo. Permeabilidade? A Croácia é vice-campeã do Mundo e ofereceu desafios diferentes”.
O técnico Carlos Azenha revela que há tempo para emendar a mão: “É possível melhorar, mas, na verdade, Portugal não defendia assim tão bem na qualificação, nem tão mal agora. Somos um país que passa rapidamente do oito para o 80, e, por isso, esta fase é boa para baixar as expetativas. Foi bom descer à terra”.