Morte de Kumaritashvili ensombra cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Vancouver
A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de inverno de 2010, que vão decorrer em Vancouver, Canadá, ficou manchada pela morte de um atleta da Geórgia, num dia marcado por outros incidentes.
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A ensombrar o arranque dos XXI Jogos Olímpicos de inverno ficou a morte de Nodar Kumaritashvili, a poucas horas do início da cerimónia de abertura, quando se despistou com o seu luge na pista de Whistler durante uma sessão de treinos.
Esta morte marcou claramente a habitualmente festiva cerimónia de abertura. Dentro do estádio Olímpico, a cerimónia foi pautada por pausas silenciosas, discursos de condolências e bandeiras a meia haste. Os companheiros do jovem atleta de luge, que morreu com 21 anos, desfilaram com fumos negros nos braços.
No entanto, não foi só a morte de Kumaritashvili que marcou negativamente este dia, preparado há sete anos pela organização canadiana para ser uma grande festa.
Horas antes da cerimónia, centenas de pessoas que protestavam contra os Jogos Olímpicos, e que chegaram a confrontar-se com a polícia, obrigaram a um desvio no percurso da tocha olímpica.
Finalmente, quando se estava a atingir o clímax de um espectáculo de três horas, um erro técnico arruinou a simetria prevista para o acender da chama olímpica, quando um dos quatro pilares por onde iria subir a chama falhou e impediu a patinadora Catriona LeMay Doan de se juntar a outras três grandes figuras do desporto canadiano.
Enquanto Wayne Gretzky, considerado o melhor jogador de hóquei no gelo de todos os tempos, a esquiadora Nancy Greene e o basquetebolista Steve Nash prosseguiram como planeado, LeMay Doan saudou o público com a sua tocha.
Para complicar ainda mais as coisas à organização canadiana, o tempo não está a facilitar, principalmente nas duas pistas de esqui, obrigando ao cancelamento de alguns treinos e, para já, ao adiamento de um evento do esqui alpino.
"Lamento muito em estar nesta posição e em estar a reportar-vos isto. Não é algo para que nos tenhamos preparado, nem nunca pensei que tivesse de estar preparado para isso", disse John Furlong, membro do comité organizador dos Jogos, quando noticiou a morte de Kumaritashvili.