O treinador interino do Benfica, Nélson Veríssimo, espera que a equipa dê uma resposta positiva no encontro frente ao Boavista, agendado para este sábado, no estádio da Luz, pelas 21.15 horas.
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"Vim com espírito de missão. Tivemos quatro treinos para preparar este jogo com o Boavista, que é o foco principal destas quatro sessões de treino. E é isso mesmo, trabalhar para aquilo que nos espera para o jogo com o Boavista", começou por dizer o técnico das águias.
As palavras que o presidente Luís Filipe Vieira lhe terá dito sobre a equipa, Nélson Veríssimo prefere guardar para ele mesmo e atira: "Vou ser muito objetivo, só vou falar do que foi a preparação para o jogo com o Boavista, tudo o que se vai passar para além desse jogo, não vou falar, porque o foco está aí mesmo. Foi-me pedido para trabalhar as unidades de treino até ao jogo com o Boavista e foi isso que aconteceu. Os jogadores tiveram um grande empenho, aliás como foi apanágio em todas as outras sessões de treino quando estava aqui o mister Bruno Lage e o foco é esse, perceber as dinâmicas da equipa do Boavista e tentar dar uma boa resposta no jogo de amanhã".
No que às contas do campeonato diz respeito, o treinador frisou que vão discutir até ao último fôlego. "Vou falar sobre o que é o pensamento dos jogadores. Matematicamente, [o título] ainda é possível, temos cinco jogos pela frente e enquanto estiver em aberto o título, obviamente, vamos lutar por ele e a começar já no jogo de amanhã que temos contra o Boavista", salientou.
Pese o foco no triunfo, Nélson Veríssimo ressalva que "em quatro dias não há muito para mudar". "Estava integrado numa equipa técnica liderada pelo Bruno Lage, tinha uma forma de ver o jogo com o qual muito me identifico. Depois há outro aspeto em relação ao último jogo. Tínhamos dois jogadores que estavam castigados e podem ser opção para o jogo de amanhã", acrescentou o técnico.
O técnico assume também responsabilidade pelo atual momento da equipa. "Não devemos só colher os louros quando as coisas correm bem, quando correm menos bem também temos de procurar o que se passou e ser responsáveis por elas. Obviamente que me sinto responsável por isso também. Sabemos que temos alguns golos sofridos de lances de bola parada, mas não podemos, pois nem seria benéfico, direcionar a análise só para essa situação. Há outros momentos do jogo em que temos alguns problemas, mas também temos muito potencial em outros momento desse mesmo jogo. Deve ser uma análise global de todos os momentos do jogo. Não só os momentos da bola parada, onde, efetivamente, temos tido problemas. Mas é algo que temos vindo a trabalhar e que têm sido corrigidos", justificou.
Nélson Veríssimo reconhece que a saída de Bruno Lage "nos primeiros dias teve um impacto forte nos jogadores". "Eles sentem que, fruto da sequência de resultados, o treinador acabou por sair por esse motivo. Eles sentem que era alguém de quem gostavam e gostam, que podia continuar a liderar esta equipa técnica. Estes primeiros dias serviram para proporcionar situações em que pudessem voltar a ter alguma alegria. Em termos de método de trabalho, as coisas mantiveram-se praticamente inalteradas", prosseguiu.
Sobre a partida de sábado, mesmo sem Taarabt, lesionado, o treinador só tem um pensamento: "É um jogo que temos que ganhar para acalentar a esperança, sabemos que vai ser difícil, vamos jogar contra uma equipa que não sofre muitos golos, competitiva, aguerrida, vamos ter uma tarefa difícil, mas vamos estar à altura".
O técnico interino assegura, ainda, que não há milagres para ultrapassar a crise. "O melhor remédio será ganhar. A melhor forma de quebrar este ciclo será ganhar. O que sinto é que existe muito foco, muita ambição para que se possa dar uma resposta muito positiva e voltar às vitórias", frisou, recordando que o ambiente entre jogadores e equipa técnica era "bom". "Era uma realidade, da mesma forma que alguns jogadores festejaram golos comigo, também o fizeram com o Bruno, com o Alexandre, houve até um golo em que os jogadores festejaram com o Fernando, que estava no banco de apoio", finalizou.