Caravana levou com mais de 40 graus. Organização deu seis mil litros de líquidos.
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Pedalar uma etapa da Volta a Portugal com mais de 200 quilómetros não estará ao alcance de todos, mas se a isso acrescentarmos uma temperatura média próxima dos 40 graus, fica claro que, por estes, dias, o pelotão merece uma menção heroica.
Ontem, na incursão pelo Alentejo e Algarve, a caravana foi engolida por uma vaga de calor que testou os limites dos corredores, fazendo com que o gesto do dia fosse o braço levantado com o bidon na mão a pedir reabastecimento.
Com as altas temperaturas de ontem, a organização estima ter disponibilizado cerca de seis mil litros de água para saciar a sede dos ciclistas, elementos das equipas, staff da prova, convidados e jornalistas. Os corredores são os que mais ingerem: em média, o equivalente a um garrafão de cinco litros de água.
"Numa etapa com este calor temos, em média, preparados 10 bidons (0,5 litros) para cada um. Mas têm de ingerir pouco a pouco, para o organismo absorver e não haver um excesso de líquidos no estômago, que lhe vai retirar a fome, porque eles também precisam muito de comer", explicou Américo Silva, diretor da EFAPEL.
Mas para um ciclista, nem sempre é fácil ter essa disciplina durante a corrida: "Perdemos um pouco a noção, mas sabemos que temos de beber quando não temos sede e comer quando não temos fome", explicou Nuno Meireles, corredor da Miranda/Mortágua, que, em média, bebe sete bidons por etapa.
O final do dia não significa o fim da batalha com o calor, sendo, nessa fase, fundamental manterem a hidratação: "Têm de continuar a beber para repor os valores para o dia seguinte, mas não podem ingerir um ou dois bidons seguidos, pois há o risco de colapso renal. Tudo tem de ser moderado", explicou José Santos, diretor da RP/Boavista.