Seleção tenta chegar à terceira meia-final da história dos mundiais, após 1966 e 2006. Melhor ataque (12 golos) defronta a defesa menos batida num jogo em que é importante a união total.
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A bola vai rolar em Doha. Portugal quer carimbar hoje, frente a Marrocos, a terceira presença em meias-finais de um Campeonato do Mundo, depois de 1966 e de 2006. Novamente perto de fazer história, Fernando Santos pode ser o primeiro selecionador português a dirigir a equipa das quinas numa fase tão adiantada da competição e prepara-se para colocar em campo o mesmo onze que esmagou a Suíça, por 6-1, nos oitavos de final. Em equipa que ganha não se mexe, costuma dizer-se, mesmo que o preço seja deixar novamente Cristiano Ronaldo no banco.
Por causa das polémicas relacionadas com o capitão nos últimos dias, que ficou no banco no duelo com a Suíça, o jogo com os africanos adquire importância extra: em caso de vitória, a união pode fazer a força em busca do título mundial. Consciente do clima de paz que é tão necessário à seleção, Fernando Santos também pediu para que se deixasse de falar de Ronaldo.
No plano desportivo, não faltam motivos de interesse na partida. Frente a frente, estará a seleção com mais golos marcados e a que menos sofreu na competição. Após quatro jogos, Portugal concretizou 12 golos (seis na fase de grupos e seis nos oitavos), já o conjunto africano só concedeu um tento, diante do Canadá, no último jogo do Grupo F - mesmo assim foi um autogolo. Na terça-feira, voltou a fechar a baliza e garantiu um apuramento histórico frente à Espanha, no desempate por grandes penalidades. Aliás, nem aí os africanos facilitaram: a equipa de Luis Enrique falhou todos os castigos máximos.
Além de encontrar uma seleção muito bem preparada defensivamente, Portugal terá também, pela primeira vez, uma atmosfera que lhe será adversa. As bancadas do Estádio Al Thumama serão maioritariamente preenchidas por adeptos marroquinos, que seguem de forma fanática a seleção. Nos últimos dias, vários marroquinos já se faziam sentir nas ruas de Doha, o que leva as autoridades a estarem em alerta, temendo confrontos.
Por outro lado, a história também recomenda prudência: se em 2018 Portugal derrotou Marrocos por 1-0, em 1986 a seleção saiu do Mundial depois de uma derrota humilhante (1-3) com os africanos e quando apenas bastava um empate.