Rafa e Pepe têm nomes de craques e jogam no Aparecida, na A. F. Porto. Um é benfiquista, o outro portista.
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Pepe e Rafa têm nomes de craques. Jogam juntos no Aparecida, da Divisão de Elite da A. F. Porto, e idolatram os jogadores que as alcunhas sugerem. Um é do F. C. Porto e o outro sofre pelo Benfica e veem o clássico desta noite com os olhos de adeptos apaixonados.
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João Andrade é defesa central e adotou "Pepe" como nome de guerra porque sempre teve uma grande admiração pelo capitão dos dragões. "Em criança usava o cabelo rapado, porque o Pepe era o meu ídolo. Quando jogava no Penafiel [equipa onde fez quase toda a formação], um treinador reparou na minha preferência pelo defesa e deu-me essa alcunha. Nunca mais me livrei dela", conta o jogador que profissionalmente se dedica a apoiar pessoas com deficiência. Em campo, como não podia deixar de ser, enverga a camisola número três, em homenagem ao ídolo de infância.
No caso de Pedro Rafael Pereira, o nome é uma feliz coincidência pois, além de ser benfiquista ferrenho, aprecia as qualidades do extremo das águias. No meio de tanta paixão, surge uma dificuldade muito difícil de contornar: "É complicado não poder ir ao estádio tantas vezes como gostava. É uma deslocação longa e os custos não me permitem ir à Luz com regularidade". Rafa fez a formação no Felgueiras, trabalha numa fábrica de calçado, e já sabe que Pepe lhe fará vida difícil no balneário, caso os dragões saiam vitoriosos.
De olhos postos no clássico de hoje, as previsões não poderiam ser mais contrárias. Pepe está tranquilo, pela grande vitória no jogo da Taça de Portugal [3-0 a favor do F. C. Porto], e nem a incerteza quanto à presença do seu ídolo em campo abala a confiança na conquista dos três pontos. "Não vai ser um jogo tão fácil, mas espero uma entrada à Porto. Em casa, é uma equipa muito forte e temos todas as condições para ganhar", acredita.
Para Rafa, a história é outra, muito por causa da recente entrada de Nélson Veríssimo para o lugar de Jorge Jesus, que considera ser positiva para o grupo. "A troca de treinador veio trazer uma incógnita. Acredito num empate, até porque o Benfica se vai proteger mais depois da última derrota".
Só um sairá a sorrir deste duelo, mas no final prevalece a amizade e companheirismo. O Aparecida agradece.