Rafael Reis (Sabgal-Anicolor) venceu em 2023 e procura ser o primeiro ciclista a ganhar a competição por três vezes, depois de já ter alcançado o êxito em 2016. Prova começa no domingo em Albergaria-a-Velha e oito dias depois na Maia.
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De suplente a vencedor da edição do ano passado do Grande Prémio Jornal de Notícias/Leilosoc, Rafael Reis (Sabgal-Anicolor) entrou no restrito lote de ciclistas que somaram dois triunfos nesta histórica prova, juntamente com António Carvalho, ainda no ativo, e Fernando Carvalho, já retirado. O corredor natural de Palmela, de 32 anos, um dos melhores roladores do pelotão nacional, confirmou ao JN que estará nesta edição com ambições de fazer história e ser o primeiro a colocar o nome por três vezes no palmarés de vencedores.
Com que expectativas encara esta corrida, onde vai envergar o dorsal número um, depois da vitória do ano passado?
O Grande Prémio JN é uma prova que dá enorme visibilidade aos atletas e às equipas. Isso faz com que seja muita disputado. Estou na equipa para dar o meu melhor mais uma vez. Tenho a motivação de já ter vencido esta corrida duas vezes [2016 e 2023] e com boas lembranças. Se tiver oportunidade, quero voltar a vencê-la.
Pelo que já conhece do percurso deste ano, sente que se adequa às suas características?
O percurso deste ano é duro, e sendo uma corrida de oito dias torna tudo mais difícil e imprevisível. Espero uma prova de muita luta, pois todos os corredores sabem que é a última grande prova do ano e todos querem amarrar a oportunidade de fazer um bom resultado. Há etapas para todos os gostos, mas sinto que a regularidade irá fazer a diferença.
O facto de, esta vez, não haver contrarrelógio belisca as suas ambições?
Quando há um esforço individual numa prova criam-se algumas diferenças entre os corredores. E se for uma cronoescalada, como em 2023, percebemos como está a forma de cada um. Mesmo não havendo um contrarrelógio, acho que haverá uma luta pelas bonificações, vai ser uma corrida aberta. No terceiro ou quarto dia já se vai perceber quem está em condições para disputar a vitória e as estratégias das equipas.
Que recordações guarda da edição do ano passado?
Lembro-me que nem era para participar nessa última edição, estava como suplente. Mas tivemos uma baixa na equipa, com o Frederico Figueiredo a ficar doente, e eu, como estava em boa forma, acabei por o substituir. Foi uma corrida dura, com uma cronoescalada em Santo Tirso, onde me defendi bem, porque percebi desde o primeiro dia que estava em boa forma. A equipa deu-me a oportunidade para lutar pela vitória. Tivemos uma boa estratégia e conseguimos esse objetivo.
A equipa vai voltar a apostar em si para disputar a vitória?
Tal como eu, temos vários corredores na equipa que se vão apresentar bem, mas acho que posso estar à altura do desafio. Já venci duas vezes a prova, em duelos muito duros. É preciso estar focado do início ao fim, para manter esta tradição de uma corrida muito disputada até à meta final.
Falando em tradição, nenhum ciclista conseguiu, até ao momento, vencer três vezes o Grande Prémio JN. Isso dá-lhe uma motivação extra?
É verdade. Eu e o António Carvalho [ABTF-Feirense] somos os únicos que ainda podemos chegar a esse recorde de três vitórias na prova. Não digo que seja uma responsabilidade, mas sim uma grande motivação poder fazer história. Se conseguir seria um orgulho e algo inesquecível na carreira.
O facto de esta corrida se disputar na parte final da temporada traz alguma dificuldade extra, até pelo facto de haver uma natural descompressão?
É uma corrida com muito prestígio no nosso país, e seja em que altura do ano for, dá sempre uma enorme visibilidade aos ciclistas, às equipas e aos patrocinadores. Toda gente quer colocar o nome no palmarés de vencedores. É verdade que a época já vai longa, que há cansaço acumulado, mas numa prova destas toda gente quer mostrar-se. É uma corrida que dá muitas oportunidades, ainda na edição passada, corredores como Pedro Silva ou o Fábio Costa, que estavam na minha equipa, conseguiram as primeiras vitórias como profissionais. É algo que fica para memória de todos e todos querem fazer parte desta tradição.
Há alguma motivação extra para prolongar os festejos da vitória na Volta a Portugal, conquistada pelo Artem Nych?
Lutámos muito para essa vitória na Volta a Portugal, tivemos uma corrida de altos e baixos, que nos obrigou a levantarmo-nos física e mentalmente. Mas essa é uma das características da Sabgal-Anicolor, nunca desistimos por maiores que sejam as contrariedades. Vamos para este Grande Prémio JN com um grupo muito forte motivados e apostados em prolongar os festejos que fizemos na Volta. É com essa garra que estaremos na estrada a partir de domingo.
Quem mensagem deixa ao público que estará nas estradas a acompanhar a prova?
Da minha parte, a garantia que vou dar o melhor para que este Grande Prémio JN volte a ser um grande espetáculo, com um luta até ao fim pela vitória. E sendo disputado nas estradas do Norte estou certo que vamos ter muita gente a dar-nos apoio.