Médio ofensivo pode não ser a única novidade com a França. João Moutinho apontado ao meio-campo defensivo, muito permeável frente à Alemanha.
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A presença de Renato Sanches no onze deve ser a grande novidade na seleção portuguesa, no jogo decisivo de amanhã, frente à França, no Puskas Arena, em Budapeste. Nas últimas duas partidas, a entrada do médio melhorou a performance da equipa das quinas, sobretudo no duelo com a Hungria, em que ajudou a desbloquear o nulo que durou até aos 84 minutos. Diante dos alemães, não conseguiu evitar a derrota, mas foi quase sempre um dos mais inconformados. Na retina ficou o remate ao poste que quase deu o terceiro a Portugal.
Entre os jogadores da frente, à exceção de Cristiano Ronaldo, o futebolista do Lille foi o único que mostrou capacidade de efetuar boas transições e de, principalmente, jogar com a cabeça levantada. A enorme capacidade física deu-lhe também segurança no um contra um, sendo quase sempre bem sucedido em lances individuais. Bernardo Silva deve ser o sacrificado entre as opções iniciais. Gonçalo Guedes e Rafa são outras opções que estão a ser ponderadas para o ataque, por troca com Diogo Jota.
Ouvidos pelo JN, Domingos Paciência e Manuel José não têm dúvidas de que Renato deve entrar já. "Gosta de ocupar espaços atrás do ponta de lança e pode ser muito útil", afirma antigo jogador do F. C. Porto. O experiente Manuel José desfaz-se em elogios: "No plano tático, é um pouco anárquico, mas se não consegue encontrar espaço ele próprio os arranja. Tem uma vontade incrível de jogar bem".
No meio-campo, pode haver mais alterações. O duplo pivot defensivo (Danilo e William) foi um desastre na partida de Munique - faltou velocidade e poder de marcação - e Fernando Santos equaciona mudanças. João Moutinho é o principal candidato. "É um atleta diferente, pode ajudar nas transições", explica Domingos. João Palhinha, Rúben Neves e Sérgio Oliveira são também opções válidas.
Na defesa, a hipótese de trocas é menos provável. A menos, claro, que o selecionador opte por uma linha de cinco defesas. Manuel José afirma que esta estratégia pode ser a mais eficaz para travar Mbappé, Griezmann e companhia: "Com muita densidade de jogadores pela frente, Mbappé vai ter mais dificuldades para fazer a diferença. Com a França, o mais importante é manter uma defesa sólida".
Bélgica e Áustria ajudam contas portuguesas
Os resultados de ontem dos grupos B e C, sobretudo as vitórias da Bélgica sobre a Finlândia (2-0) e da Áustria diante da Ucrânia (1-0), foram bons para Portugal, na perspetiva de um possível apuramento como um dos quatro melhores terceiros classificados. Contas feitas, graças à melhor diferença de golos relativamente a finlandeses e ucranianos, a seleção lusa até pode perder amanhã com a França por dois e será sempre qualificada, desde que a Hungria não ganhe à Alemanha na outra partida do Grupo F.
Árbitro espanhol no Puskas Arena
O espanhol Mateu Lahoz foi eleito pela UEFA para dirigir o Portugal-França. A última vez que o juiz apitou a equipa das quinas foi em 2016, quando Portugal perdeu com a Suíça, na corrida para o Mundial.
Cinco mil lusos nas bancadas
A partida de amanhã, em Budapeste, deve ter cerca de cinco mil portugueses nas bancadas. Um número que seria maior caso a pandemia não tivesse feito com que alguns desistissem de acompanhar a seleção.