Após uma viagem de 18 anos, com 187 jogos e 141 golos apontados, com o emblema das quinas ao peito, Ricardinho decidiu dobrar a camisola da seleção nacional, e retirar-se das opções de Portugal para os jogos internacional.
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O mais titulado jogador luso de sempre na modalidade, que hoje anunciou o fim de uma carreira com quase duas décadas na seleção de futsal, começou o seu percurso na equipa nacional em junho de 2003, numa vitória sobre Andorra (8-4), em Tavira.
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Logo em 2007, Ricardinho integrou, pela primeira vez, as opções de Portugal para uma grande competição internacional, no Campeonato da Europa, realizado no nosso país, onde a apontou quatro golos na estreia e ajudou a seleção a chegar ao quarto lugar, e saindo como o melhor jogador da competição.
A estreia num Mundial surgiu logo no ano seguinte, no Brasil, numa prova que não correu bem para a seleção, que foi eliminada na fase de grupos. Ainda assim, Ricardinho não parava a sua evolução, tanto a nível de clubes como na equipa nacional, e apesar de ter falhado a presença no Europeu seguinte, na Hungria, carregou a Seleção nacional até aos quartos de final, no Euro2012 na Croácia.
Em setembro 2016, tornou-se no melhor marcador de sempre na seleção de Portugal, ao apontar seis golos na vitória por 9-0 contra o Panamá, na qualificação para o Mundial da Colômbia, no que seria o prenúncio para o primeiro grande título nacional ao serviço da equipa das quinas.
Esse êxito surgiu no Euro de 2018, na Eslovénia, com a conquista do título continental, após a vitória na final frente à Espanha, onde na final Ricardinho marcou um dos três golos, tornando-se no jogador com o maior número de golos na história dos europeus de futsal.
Já com uma condecoração entregue pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que o agraciou com a comenda da Ordem de Mérito, Ricardinho, então 33 anos, foi considerado pela sexta vez o melhor jogador do Mundo.
O seu grande contributo final para a Seleção Nacional aconteceu já este ano, com o título que lhe faltava, com a conquista do Campeonato do Mundo, na final frente à Argentina, num torneio onde foi considerado, mais uma vez, o melhor jogador da competição.
Hoje com lágrimas nos olhos, Ricardinho decidiu deixar uma "até já" à seleção portuguesa, convicto que está "a dar o lugar aos mais novos", naquela que foi a última paragem da viagem de 18 anos com o emblema das quinas ao peito, numa fase da sua vida em que está com 36 anos de idade, e pretende continuar a carreira apenas focado na sua atividade nos clubes.
O jogador natural de Gondomar, oriundo de uma família humilde e com poucas posses, começou a sua aventura no futsal em clubes como o Estrela de Fânzeres, Cerco do Porto e Gramidense, e mais, tarde, de forma mais consistente, no Miramar, ainda como juvenil, depois de não ter vingado no futebol de 11. Atualmente, representa os franceses do ACCS Paris, depois de ter competido no Benfica, Nagoya (Japão), CSKA Moscovo (Rússia) e Inter Movistar (Espanha).
Ricardinho venceu mais de 30 troféus coletivos, incluindo três edições da UEFA Futsal Cup, uma nas "águias" e duas nos madrilenos, e recebeu múltiplas distinções individuais, como as de melhor jogador nos Europeus de 2007 e 2018 e no Mundial de 2021.
Fecha agora este capítulo na seleção de futsal como o segundo jogador mais internacional, com 187 jogos, apenas atrás do antigo companheiro de equipa Arnaldo, que mantém o recorde com 208.
A Federação Portuguesa de Futebol vai conceder-lhe uma última oportunidade de se despedir da equipa das quinas em solo luso, naquele que será o último jogo com a camisola das quinas, em que Ricardinho pretende cumprir o sonho de entrar na quadra com os dois filhos pela mão.