O ex-campeão mundial de boxe Ricky Hatton morreu aos 46 anos, dois meses após anunciar que ia regressar ao ringue, depois de 13 anos afastado de competições.
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Hatton foi encontrado morto em casa, este domingo, em Hyde, no noroeste da Inglaterra. A polícia afirmou que não existem suspeitas de crime.
O alerta às autoridades foi dado às 6.45 horas (a mesma hora em Portugal continental) de hoje, disse um porta-voz da polícia.
"Atualmente, não se acredita que haja nenhuma circunstância suspeita", acrescentou.
Hatton, conhecido como "The Hitman", conquistou vários títulos mundiais na categoria meio-médio-leve e um na categoria meio-médio.
O seu estilo agressivo tornou-o um dos pugilistas britânicos mais famosos da sua geração. Estreou-se em 1997 e venceu 45 das 48 lutas profissionais que realizou. Hatton conquistou notáveis títulos mundiais contra Kostya Tszyu e Jose Luis Castillo, antes de derrotas com Floyd Mayweather e Manny Pacquaio.
O pugilista teve dificuldades em manter a reforma, tende regressado brevemente ao ringue, em 2012, para uma derrota frente ao ucraniano Vyacheslav Senchenko em Manchester, depois de três anos fora da competição.
O britânico teve uma desavença familiar e enfrentou um processo judicial com o seu ex-treinador Billy Graham até se tornar um treinador de sucesso, tendo levado Zhanat Zhakiyanov a conquistar o título mundial em 2017.
Depois de se reformar, sofreu alguns problemas de saúde mental e, em julho deste ano, anunciou que ia regressar ao ringue numa luta profissional contra Eisa Al Dah no Dubai, em dezembro.
Problemas de saúde mental
O ex-promotor de Hatton, Frank Warren, descreveu o pugilista como um "grande lutador moderno".
"Estou extremamente triste ao saber do falecimento da lenda do boxe britânico Ricky Hatton", escreveu no X. "Um lutador extremamente talentoso que inspirou uma geração de jovens pugilistas e fãs de uma forma que poucos haviam feito antes, tanto pela sua personalidade como pelo entretenimento que proporcionava no ringue."
O ex-campeão mundial dos pesos pesados Tyson Fury também prestou homenagem ao seu colega britânico. "Descansa em paz, Ricky Hatton, que ele descanse em paz", publicou no Instagram. "Só haverá um Ricky Hatton. Não acredito nisto, tão jovem", concluiu.
Outro ex-campeão mundial, Amir Khan, descreveu Hatton como um "mentor, guerreiro e um dos melhores pugilistas da Grã-Bretanha".
Khan também se referiu às dificuldades de Hatton com a saúde mental. "Como lutadores, dizemos a nós mesmos que somos fortes - treinamos, suamos, levamos pancadas, levantamo-nos", refere. "Mas às vezes a luta mais difícil acontece em silêncio, na mente."
"Saúde mental não é fraqueza. Faz parte do ser humano. E precisamos de conversar sobre isso. Precisamos nos aproximar. Precisamos de nos apoiar uns aos outros", conclui.
Hatton era apoiante do Manchester City e o clube relatou estar devastado com a sua morte, considerando-o um dos "apoiantes mais amados" do clube.
O City confirmou que haverá um minuto de homenagem a Hatton antes do clássico de domingo contra o Manchester United.
Os organizadores do Campeonato Mundial de Boxe em Liverpool também afirmaram que prestarão homenagem a Hatton.