O treinador do Benfica, Roger Schmidt, respondeu, este domingo, a Sérgio Conceição, que considerou que o F. C. Porto "era a melhor equipa" apesar de terem sido os encarnados a conquistar o título. Entre outros temas, abordou, também, a renovação a meio da época e a saída de Grimaldo.
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Horas depois de se ter sagrado campeão nacional ao comando do Benfica, Roger Schmidt falou com os jornalista e abordou vários temas da época nos encarnados. O alemão, que assumiu o comando técnico do clube da Luz no início da época, não podia ter tido melhor estreia e não esconde o orgulho, garante que nunca tinha vivido nada como o que viveu no Marquês. "Sou treinador, claro que estou orgulhoso. No início da temporada falámos nos nossos objetivos, quando estás no Benfica, tem de se ter os objetivos em mente. No final de uma época longa, quando o trabalho está concluído, claro que tens de estar orgulhoso. Sinceramente, nunca tinha visto nada assim como vi ontem. Creio que foi único, é uma das melhores celebrações que existem no futebol europeu. Já tinha visto no balneário fotografias de outras festas no Marquês de pombal, mas nunca tinha vivenciado uma coisa assim. As fotografias são uma coisa, a realidade é outra. Foi tudo fantástico, o ambiente no estádio, o percurso até ao Marquês e lá, o que sentimos foi absolutamente fantástico, com tanta gente. Enquanto membro da equipa, senti essa responsabilidade de deixar tanta gente feliz", começou por dizer o treinador, destacando a dificuldade que foi conquistar o título.
"Foi muito difícil, foi até ao último segundo para sermos campeões, portanto agora estamos felizes, conscientes que tivemos de aplicar muito esforço e de lutar muito para chegar aqui. Foi uma competição muito dura, com outras equipas, tivemos de vencer o último jogo, foi muito exigente, não só em termos físicos, mas também em termos mentais", vincou.
O clube encarnado chegou a ter dez pontos a mais do que o F. C. Porto mas mas derrotas diante dos azuis e brancos e o Desportivo de Chaves reduziram a vantagem na liderança. Schmidt não esconde que, nesse momento, o plantel teve de ter uma força mental "muito grande". "Tivemos de mostrar uma grande força mental e anímica. Depois dos jogos com o F. C. Porto e com o Chaves, o ímpeto mudou, tivemos de mudar para voltar aos bons jogos e às boas exibições. Creio que nessa pressão recuperámos o bom futebol e, no final, penso que é totalmente justo este título", explicou
Resposta a Sérgio Conceição
No rescaldo do jogo com o Vitória de Guimarães, e já com o Benfica a fazer a festa pela conquista do 38.º título de campeão nacional, Sérgio Conceição considerou que os azuis e brancos "continuavam a ser a equipa mais forte". "Isto de justiça... Temos de ver muitas situações que ocorreram durante este ano, acho que não é o momento para isso. Sem tirar o mérito ao Benfica e ao seu treinador, assim como a todas as pessoas que fazem parte do clube, acho que em momentos importantes para nós, houve algum demérito nosso mas também situações que nos prejudicaram muito ao longo da época, de arbitragem e algumas lesões que tivemos. Nunca foi desculpa para mim. Confio em todos os que trabalham de forma fantástica. As contas são o que são. Há uma frustração grande de todo o balneário porque continuo a achar que fomos a equipa mais forte. Mas isso só, não chega", afirmou o treinador.
Este domingo, Roger Schmidt abordou a questão do mérito do título, garantindo que respeita a opinião de Sérgio Conceição.
"É a opinião dele, respeito. Na minha opinião, não vi todos os jogos do F. C. Porto, mas vi o Benfica a jogar e acho que jogámos muito bem. Na conferência antes do jogo com o Santa Clara, dei a minha opinião. Uma equipa que depois de 34 jogos acaba com mais pontos, marca mais golos e concede menos golos, acredito que merece ser campeã. Quem está nessa posição é o Benfica", vincou, abordando a renovação a meio da época.
"Disse que primeiro tinha de provar que era bom suficiente para estar aqui. Quando estás num clube como o Benfica, o treinador tem de perceber a responsabilidade que tem, tem de alcançar objetivos e tem de conquistar títulos. Depois, a convicção do clube foi que fazia sentido prolongar o contrato. Vi essa confiança da parte do clube teve em mim, foi uma grande honra fazer parte do Benfica e renovar ainda no decorrer da primeira temporada. Estava à espera de, primeiro, conquistar o título, mas foi um bocadinho diferente", explicou.
Futuro de Otamendi e saídas de Grimaldo e Enzo
O central argentino foi um dos jogadores mais acarinhados pelos adeptos. Com o futuro indefinido, uma vez que Otamendi termina contrato com os encarnados no final da época, ainda não se sabe se o atleta vai ficar na Luz. Mas Roger Schmidt gostava de poder continuar a contar com o jogador. "O Nico foi um grande capitão do Benfica, deu-nos muita experiência. A meio da temporada acabou por tornar-se campeão do Mundo, veio ainda mais motivado por isso. Não só o Otamendi, o João Mãrio, o Rafa, o Grimaldo. Foram quatro jogadores que desempenharam um papel muito importante ao longo da temporada. São todos diferentes, mas todos têm essa responsabilidade de capitanear, de dar a cara. Isso é muito importante", partilhou, abordando, ainda, a saída de Grimaldo e Enzo Fernández.
"Se os adeptos o perdoaram? Acho que sim. É preciso ver o que o jogador fez pelo clube. Esteve cá sete anos e meio, foi campeão quatro vezes. Deu tudo pelo clube. Esteve sempre no máximo. Tem todo o meu respeito, mas penso que também tem todo o respeito dos benfiquistas. Os adeptos apoiaram-no até ao último segundo. Enzo? Quando jogámos com o Arouca não sabia se no final do jogo ele ainda seria nosso jogador. Foi difícil preparar a sua saída e arranjar uma alternativa. Era um jogador muito importante, principalmente na construção de jogo. Não foi coincidência o valor que pagaram por ele, vai mostrar toda a qualidade que tem no futuro. Ele deu-nos os parabéns pelo campeonato e eu disse-lhe que este título também lhe pertencia", concluiu.