O finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris) começa a defender o título de campeão do mundo de ralis na quinta-feira, em Monte Carlo, na primeira etapa de um campeonato com três provas novas, frente a equipas reformuladas.
Corpo do artigo
Depois de ter sido, aos 22 anos, o mais novo campeão da história do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC), Rovanperä conta com um Yaris com novo motor (com mais binário) e mais refrigeração para os travões (graças a novas soluções aerodinâmicas).
"Sabemos que não vai ser fácil defender o título. Vemos que o nível da competição tem estado a aumentar, pelo que temos de também tentar aumentar a nossa fasquia. A equipa está a fazer um grande trabalho para maximizar o desempenho e tornar o carro mais rápido e forte", disse o detentor do título, em jeito de antevisão.
Rovanperä alinha com o tradicional número 69 (abdicou do 1 reservado aos campeões), num ano em que ninguém vai usar o 43, em homenagem ao norte-americano Ken Block, recentemente falecido, depois de ter vencido seis das 13 provas de 2022.
A Toyota, que conquistou os quatro últimos campeonatos de pilotos (com o estónio Ott Tänak, em 2019, com o francês Sébastien Ogier, em 2020 e 2021, e com Rovanperä, em 2022) e dominou a temporada passada (também somou o título de equipas), perdeu o finlandês Esapekka Lappi para a Hyundai, pelo que promoveu o japonês Takamoto Katsuta à equipa oficial, dividindo o volante do terceiro carro com o francês Ogier, sete vezes campeão do mundo (2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2020), que volta a fazer apenas um programa parcial.
O galês Elfyn Evans, quarto no ano passado depois de ter sido vice-campeão em 2020 e 2021, vai ser o companheiro a tempo inteiro de Rovanperä.
Já a marca sul-coreana, além da contratação de Lappi, renovou chefias com a contratação do francês Cyril Abiteboul, antigo patrão da escuderia Renault na Fórmula 1.
"A única forma de medir o sucesso nos desportos motorizados é através de vitórias e títulos. Mas a minha contribuição este ano será limitada, pois a equipa está estabelecida - vai para a 10.ª temporada desde o regresso ao WRC - e o carro está já desenhado e construído", frisou o francês.
A Hyundai perdeu Tänak, campeão do mundo em 2019, que optou por rescindir um ano mais cedo do que o previsto, mas mantém a aposta no belga Thierry Neuville, vice-campeão em 2022, que terá Lappi como companheiro de equipa. O espanhol Dani Sordo e o irlandês Craig Breen (ex-Ford) dividem o terceiro carro da equipa, que, para 2023, fez melhoramentos ao nível da aerodinâmica.
A M-Sport, que faz alinhar os Ford Puma no campeonato, recebeu Tänak, que já lá tinha estado entre 2012 e 2017, e o francês Pierre-Louis Loubet.
O terceiro carro deve ser dividido entre o piloto grego Jourdan Serderidis (primeiro privado a alugar um carro Rally 1 híbrido) e o francês Sébastien Loeb, nove vezes campeão do mundo, entre 2004 e 2012, que ainda não revelou em que ralis vai participar.
No entanto, sabe-se que Serderidis irá a Monte Carlo, México, Sardenha e ao Quénia, num carro alugado à equipa, que dispensou o britânico Gus Greensmith.
O sueco Oliver Solberg (filho do antigo campeão Petter Solberg), que foi dispensado pela Hyundai, regressa ao campeonato WRC2, com a Skoda.
O campeonato deste ano mantém 13 jornadas, com a 55.ª edição do Rali de Portugal na quinta etapa, entre 11 e 14 de maio. México, Chile e Europa Central são as novidades no calendário, em detrimento de Catalunha, Nova Zelândia e Bélgica.
O rali da Europa Central será o primeiro da história do campeonato a ser disputado em três países diferentes (Áustria, República Checa e Alemanha).
Depois da introdução dos sistemas híbridos no ano passado, em 2023 os regulamentos técnicos mantêm-se praticamente inalterados, havendo a assinalar uma maior limitação no uso de pneus (de 28 passaram a 26, incluindo os do"'shakedown", que em 2022 eram entregues à parte).
O campeonato arranca na quinta-feira, com as primeiras duas especiais do Rali de Monte Carlo, que este ano terá um vencedor diferente, pois Loeb não alinha à partida para a prova monegasca.