Rui Costa: A falta de golos, a questão dos laterais e as renovações de Di María e Rafa
Rui Costa abordou as movimentações no mercado de transferências do Benfica em janeiro. O presidente das águias admitiu que a contratação de Marcos Leonardo se deveu à falta de golos e explicou o porquê de não ter adquirido nenhum lateral direito. O dirigente fintou as renovações de contrato de Di María e Rafa.
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Rui Costa explicou as movimentações de mercado do Benfica em janeiro, em declarações à BTV.
Contratações
Sobre Prestianni, Rui Costa disse que "era um alvo já identificado há muito tempo". "Foi o último a assinar contrato mas foi feito mais cedo, no mercado de verão estava tudo feito mas pela idade não podia ser reforço do Benfica", acrescentou. O extremo custou nove milhões de euros mais dois milhões em objetivos.
Em relação à contratação de Marcos Leonardo (18 milhões), Rui Costa admitiu que se deveu à falta de golos dos avançados Arthur Cabral, Musa e Tengstedt. "Marcos Leonardo, admitindo a carência de golos que estávamos a ter, entendemos que tínhamos de ir ao mercado para buscar um avançado. Não há um avançado noutro clube que esteja a fazer 20 golos e possa chegar ao Benfica em janeiro. O que quisemos foi encontrar um jovem avançado que pudesse, no imediato, acrescentar coisas e olhar também para a parte futura. Só foi possível contratar em janeiro porque o Santos desceu de divisão, se não, não chegaria para o nosso mercado. Foi uma oportunidade aproveitada".
A contratação de Álvaro Carreras deveu-se também à situação do rendimento baixo de Jurásek e das lesões de Bernat, que Rui Costa considera ser "um jogador consagrado". "Era necessário reforçar a lateral esquerda. Carreras entrou na política que usámos neste mercado: jovem mas com bom andamento nas pernas, escola do Real Madrid e Manchester United. Acreditamos muito no potencial e foi o alvo que identificámos".
Sobre Rollheiser, a contratação foi antecipada para o jogador se adaptar melhor ao Benfica. "Rollheiser já estava praticamente feito para o início da próxima época mas com a situação de Gonçalo Guedes, da saída, acabámos por antecipar a vinda dele. Acreditamos que pode ser um elemento importante nesta época, se não não fazia sentido nenhum trazê-lo já. Mas também antecipar uma adaptação ao clube".
Término de contrato de Rafa e Di María
Rui Costa não deu garantias quanto às possíveis renovações de contrato de Rafa e Di María, que findam o vínculo no final da presente época. "Vamos ver no que vai dar, não vale a pena antecipar cenários porque estamos focados em que esta época acabe com sucesso".
No entanto, o presidente do Benfica deixou elogios a ambos, referindo que "abdicaram de muitos milhões de euros e belíssimos contratos" para ficarem no clube encarnado. "Rafa teve propostas enormes para sair e o Benfica também prescindiu de ofertas enormes. O comportamento do Rafa tem sido exemplar", explicou.
Falta de um lateral direito
Questionado sobre a ausência da contratação de um lateral direito, face à lesão de Bah e à adaptação de Aursnes, Rui Costa disse que a recuperação física do dinamarquês interrompeu a busca por um novo defesa.
"Foi falado de contratar um lateral direito para ter mais uma opção nessa posição, na altura em que as expectativas para que a lesão do Bah demorasse mais tempo a recuperar. Quando percebemos que não seria assim, entendemos que teríamos maior urgência noutras posições", disse.
O presidente do Benfica ainda falou das adaptações de Aursnes. "Acho graça quando, na crítica, se diz que Aursnes joga fora de poisção e que devia jogar a médio esquerdo. Ele foi contratado para jogar a médio centro e foi a posição que jogou menos. Percebe e tem a capacidade de jogar em várias posições de forma espetacular. Para mim foi o melhor lateral direito em Portugal na primeira metade da época, leva prestações elevadíssimas. Mais do que discutir a posição dele, deve-se discutir o rendimento nessa posição".
Vendas e empréstimos
Rui Costa começou por falar sobre João Victor, dizendo que foi um central contratado na época passada antes do "nascimento" de António Silva, que acabou por se tornar numa peça-chave da equipa. "Chegou lesionado e foi emprestado. Voltou este ano mas face a ter chegado uma boa proposta por ele e para o clube, decidimos vender. Recuperámos o investimento feito".
Em relação a Jurásek, contratado esta época, Rui Costa disse que a transferência foi feita com "grande expectativa" e para "substituir Grimaldo", mas que "não teve o impacto que se esperava". "É importante referir que não há nenhum jogador contratado para o Benfica que não tenha a concordância do treinador e do presidente", reiterou.
Para Rui Costa, Chiquinho foi "extraordinariamente" importante no plantel, sobretudo a partir de janeiro da época passada. "Este ano com o aparecimento de João Neves e Kokçu não estava a ter os minutos desejados. A saída não foi vantajosa para o Benfica do ponto de vista financeiro, mas para o jogador foi benéfica".
Sobre Musa, que saiu para o Dallas FC por nove milhões de euros mais três milhões em objetivos, o presidente do Benfica explicou que o avançado perdeu espaço com a "recuperação" de Arthur Cabral e com a "vinda de Marcos Leonardo" e ainda a "aposta em Tengstedt". Posto isto, a saída foi "oportuna". "Musa pode render 12 milhões, foi uma proposta vantajosa", disse.
Segundo o presidente benfiquista, Gonçalo Guedes queria "muito" sair para o Villarreal. "Infelizmente para ele e para nós foi assolado por lesões, que dificultaram que ganhasse espaço na equipa", disse.
Por fim, em relação a Lucas Veríssimo, Rui Costa disse que foi "uma pena" pela lesão que teve. "Era um dos titulares do Benfica e teve aquele azar. Foi perdendo espaço mas sempre teve um comportamento exemplar". O central rendeu oito milhões de euros às águias.