O Exército israelita atacou uma torre residencial de 12 pisos na Cidade de Gaza, após uma série de bombardeamentos contra os edifícios mais altos desde sexta-feira, alegando que são utilizados pelo grupo islamita palestiniano Hamas.
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Em comunicado, as forças israelitas alegaram que os homens do Hamas "instalaram equipamento de recolha de informações, explosivos e postos de observação no edifício".
O texto refere igualmente que os combatentes palestinianos "estão a operar numa área próxima do edifício" para realizar ataques contra as tropas israelitas posicionadas no local.
Foto: HAITHAM IMAD/EPA
Foto: HAITHAM IMAD/EPA
Foto: HAITHAM IMAD/EPA
"As organizações terroristas em Gaza violam sistematicamente o direito internacional e utilizam cruelmente as instalações civis e a população como escudos humanos para as suas operações terroristas", reiterou o Exército.
Segundo a agência espanhola Europa Press, ainda não há registo de vítimas do ataque.
As forças israelitas frisaram que, antes do ataque, tomaram "medidas para reduzir a possibilidade de causar danos a civis", referindo-se à ordem de evacuação emitida pouco antes pelo porta-voz do Exército em língua árabe, Avichai Adrai, para os presentes no edifício e nas tendas adjacentes.
Adrai tinha indicado que o aviso envolvia um edifício situado na rua Gamal Abdelnaser da capital do território, mencionando que o ataque era justificado pela "presença de infraestruturas terroristas do Hamas dentro ou ao lado" da construção.
O Exército israelita anunciou na sexta-feira que iria iniciar "ataques de precisão" contra infraestruturas que representassem uma ameaça direta às suas tropas, especificando que estas torres residenciais estavam entre os principais alvos.
Israel iniciou o seu plano para a nova fase na guerra no enclave palestiniano, que prevê a ocupação da Cidade de Gaza, numa região apontada pela ONU como a mais afetada por uma situação de fome, e a deslocação forçada de centenas de milhares dos seus habitantes, gerando uma vaga de críticas internacionais e dentro do próprio país.
Segundo o Governo israelita, o objetivo é eliminar as últimas bolsas de resistência do Hamas e recuperar os 48 reféns que conserva na sua posse, dos quais se calcula que 20 estejam vivos, antes de entregar a gestão do território a entidades civis que não sejam hostis a Telavive.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez 1200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala no enclave palestiniano, que provocou acima de 64 mil mortos, na maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades locais controladas pelo grupo islamita, destruiu a quase totalidade das infraestruturas do território e provocou um desastre humanitário sem precedentes na região.