Rui Costa rejeita "coação" sobre arbitragens e diz que o Benfica não quer ser prejudicado
Presidente do Benfica, Rui Costa, respondeu às críticas de Villas-Boas e também esclareceu o envolvimento no caso do dinheiro recebido da Rússia, que o levará a tribunal
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À margem da gala de entrega de prémios da FPF, Rui Costa falou sobre as polémicas do clássico de domingo entre F. C. Porto e Benfica.
"No Benfica não se festejam empates. Há algo positivo, fica tudo em aberto para o resto do campeonato. O discurso de José Mourinho? Concordo que ficar a sete pontos não era bom, não deixou o F. C. Porto ganhar. Saímos posicionados para atacar o campeonato e essa parte é que me preocupa a mim e ao José Mourinho. Dá-nos a expectativa, dá-nos a esperança que a equipa está a melhorar, está a ficar mais adulta, mais madura, está a evoluir e acredito que vai chegar aos patamares e aos níveis que se exigem e nós acreditamos que ela possa chegar", disse o presidente benfiquista, rejeitando acusações de "coação" sobre as arbitragens em forma de comunicados.
"Não é coação, são alertas do que entendemos que temos de manifestar e que temos que alertar. Não queremos ser beneficiados em nada e também não queremos ser prejudicados, é só isso. E para o crescimento do futebol português é verdade que não é bom para ninguém que os clubes tenham que fazer comunicados, mas também não é bom que se vejam determinadas coisas em campo e que não se resolvam os problemas. Nós todos queremos um futebol transparente, um futebol jogado nas quatro linhas e o Benfica manifesta-se quando entende que tem de manifestar, quando entende que não está dentro deste padrão o desenvolvimento do campeonato", referiu o dirigente máximo das águias.
"O Benfica manifesta-se quando entende que tem razões"
"Ainda não me sinto beneficiado em nada e acabámos de fazer em pouco tempo dois comunicados, portanto não é uma questão de quem faz comunicados é mais beneficiado. Acredito que os clubes se manifestem e o Benfica manifesta-se quando entende que tem razões para se manifestar. Nem é dos clubes que se têm manifestado mais, eu até tenho pago muito por não me manifestar mais sobre o trabalho dos árbitros", acrescentou, esclarecendo a recente polémica sobre dinheiro russo que entrou no Benfica, num caso em que o próprio Rui Costa será arguido.
"É um caso muito simples, eu acho que já foi bem explicado. Não é uma situação que lesa o Benfica, não é uma situação de corrupção. Tem a ver com um erro de serviços, não mais do que isso. Lembro que é uma transferência que não é direta para a Rússia, portanto é a posteriori, e que o Benfica tem uma percentagem e que quando recebe uma verba que passa no TMS da FIFA, que passa na instituição bancária, o Benfica só depois disso é alertado e quando é alertado cativa o dinheiro para devolver ao Ministério Público", sublinhou.
"Eu serei chamado [a tribunal] evidentemente como presidente do clube, não mais do que isso. E os sócios do Benfica têm de ficar tranquilos e serenos. Não é uma situação para fazer uma tempestade num copo de água onde não existe praticamente nada. Já foi explicado, até por especialistas, portanto é uma situação que infelizmente tem a ver com a guerra. O Benfica estava a receber dinheiro, que não podia receber por causa do embargo russo. A transferência foi aceite pela FIFA, deu entrada numa conta bancária do Benfica, não houve alertas. Quando houve o primeiro alerta, ativou-se tudo e parou-se tudo imediatamente", concluiu.