Na primeira entrevista enquanto treinador do Sporting, Jorge Silas considerou que chegar ao comando técnico do Sporting com 43 anos foi um feito "assinalável".
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Chegou há pouco menos de um mês ao Sporting, para substituir Marcel Keizer, e estreou-se com uma vitória (1-0) fora de casa, frente ao Desportivo das Aves. Silas assinou numa altura conturbada - a equipa leonina não vencia há cinco jogos - mas garante que encontrou um balneário motivado.
"Os jogadores são muito chegados. São muito brincalhões. É um plantel com vontade de aprender, de trabalhar, de dar a volta à situação em que estavam. Acho que estavam a desconfiar do próprio valor, o que é normal quando não se ganha. Mas encontrei um plantel com vontade de dar a volta a situação", disse em declarações à Sporting TV.
O técnico, que antes do clube de Alvalade orientou o Belenenses, considerou um feito "assinalável" chegar a um clube "grande" em apenas dois anos de trabalho como treinador
"Treino há muito pouco tempo e chegar a um clube com a dimensão o Sporting já é assinalável. Para mim, que já joguei aqui e tinha o sonho de jogar nos seniores, que não consegui concretizar, ser treinador é ainda mais especial. Mas é algo com o qual vivo bastante bem, pois gosto muito de desafios. É claro que é especial ser treinador do Sporting em tão pouco tempo. Sonhava que um dia podia chegar, mas tão depressa... não esperava", acrescentou, recordando a primeira imagem que guarda do clube leonino.
"A primeira vez que vim ao Estádio José Alvalade foi em 1982 e lembro-me da frente de ataque que era Oliveira, Jordão e Manuel Fernandes. O Oliveira era um grande jogador, o Manuel Fernandes foi meu treinador e não me posso esquecer disso, mas o Oliveira era incrível. Até há pouco tempo não me passava pela cabeça ser treinador e nunca pensei que pudesse treinar o Sporting em menos de dois anos. No fundo ainda não tenho dois anos completos, tenho temporadas. Nem sei o que dizer neste sentido pois há imensa gente que treina sete ou oito anos até chegar à Liga, e outros estão a vida toda sem poder chegar a um clube como o Sporting".
Com Jorge Jesus e José Mourinho como grandes referências - "são muito similares na exigência e gostam de falar com os jogadores sobre futebol" -, Silas destacou ainda paixão pela profissão.
"Não sei precisar as horas que penso na minha profissão. Mas às vezes até chego a sonhar com futebol. E às vezes as melhores ideias surgem quando estou a sonhar, naquela fase em que estou quase a acordar. Já aconteceu apontar ideias que tive em sonhos", concluiu.