A Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol discutirá, no dia 29 deste mês, os pareceres encomendados sobre os troféus nacionais. Os leões, que espoletaram o assunto, só concretizam alguns dos objetivos
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A questão começou ainda no primeiro mandato de Bruno de Carvalho à frente do Sporting, chegou depois ao Parlamento fruto de uma petição com cerca de 4500 assinaturas e a partir de 2018 foi admitida pela Federação Portuguesa de Futebol como um caso, tendo então a entidade federativa criado a denominada Comissão Independente para a Análise dos Títulos Nacionais (CIATN).
Em causa está, basicamente, o período compreendido entre as épocas 1921-22 e 1933-34, altura em que as provas existentes tinham designações diferentes, concretamente o Campeonato de Portugal, disputado em eliminatórias. Já entre 1934-35 e 1937-38 disputou-se o denominado Campeonato das Ligas, que antecedeu o Campeonato Nacional, criado em 1938-39, mantendo-se durante essa fase o mesmo Campeonato de Portugal, em versão eliminatórias.
A questão levantada por Bruno de Carvalho defendia a tese de que o Sporting deveria ter mais quatro títulos nacionais. A Federação Portuguesa de Futebol solicitou dois pareceres e os resultados são distintos, mudando significativamente o quadro de campeões nacionais ou alterando somente os detentores de Taças de Portugal.
Parecer 1, da autoria de Amândio J. M. Barros, Manuel A. Janeira, Ricardo C. Pereira e Sílvia A. C. Alves
Os vencedores do Campeonato de Portugal entre as épocas 1921-22 e 1933-34 devem ser designados campeões nacionais. Aconselha-se que devem ser atribuídos mais 13 títulos de campeão nacional, a saber: F.C. Porto (3), Belenenses (3), Sporting (2), Benfica (2), Olhanense, Marítimo e Carcavelinhos (1). O mesmo documento defende a ideia que, só a partir de 1934-35, com a criação do Campeonato das Ligas e passando a haver duas provas nacionais, é que se pode considerar ter havido o Campeonato de Portugal como antecessor da Taça de Portugal. A levar avante este parecer serão acrescentadas duas Taças de Portugal ao Sporting e uma a Benfica e F. C. Porto.
Parecer 2, da autoria de Francisco Pinheiro
Esta é uma visão conservadora da questão. O estudo conclui que o Campeonato de Portugal foi o antecessor da Taça de Portugal e que o Campeonato das Ligas antecedeu o campeonato nacional, o que na prática representa que o quadro de campeões nacionais fica sem mexidas e deste modo as alterações surgem só no palmarés da Taça de Portugal. No entanto, se assim for, Sporting e F.C. Porto passariam a ter mais quatro Taças de Portugal cada. O Benfica teria mais três, tal como o Belenenses. O parecer indica também que Olhanense, Marítimo e Carcavelinhos passam a constar na lista de vencedores da Taça de Portugal, cada qual com um troféu conquistado.
A decisão final sobre qual dos pareceres prevalecerá será sujeita a discussão e aprovação, a 29 de junho.