Muitos dos mais mediáticos treinadores portugueses estão sem clube. Lista de luxo tem vindo a aumentar.
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José Mourinho, Rui Vitória e Leonardo Jardim abandonaram o barco entretanto, mas a lista de treinadores portugueses atualmente sem clube e à espera da oportunidade certa (se é que ela existe) para voltar aos bancos continua a ser de luxo.
Num cenário pouco habitual, e que dá que pensar, a maioria dos mais mediáticos está no desemprego, alguns há já vários meses, enquanto outros ainda respiram os primeiros ares da sensação de não estarem pressionados para ganhar a cada fim de semana.
A época dourada acabou? Num evento que decorreu no Instituto Superior de Administração e Gestão do Porto, André Villas-Boas inclinou-se para sim, considerando que o momento atual é de "alerta".
A verdade é que aqueles que são vistos por alguns como "os melhores treinadores do Mundo" já só são representados nas cinco melhores ligas da Europa por José Mourinho (Roma), o que também ajuda a explicar o facto de muitos dos grandes treinadores portugueses estarem afastados dos palcos a que se habituaram ao longo da carreira por mérito próprio.
Se é verdade que Nuno Espírito Santo deixou recentemente o Wolverhampton na mó de cima e tem crédito em Inglaterra, por outro lado, Bruno Lage, Marco Silva - que ao The Guardian confidenciou estar a aprender alemão - e Vítor Pereira acumulam largos meses sem clube, com os dois últimos a admitirem estar à espera de propostas de grandes campeonatos para regressarem ao ativo.
A estes ainda há que juntar, Luís Castro, que foi à Ucrânia ganhar estofo internacional à frente do Shakhtar Donetsk, e o próprio André Villas-Boas, que deixou o Marselha em fevereiro. Pedro Caixinha, Pedro Emanuel, Jaime Pacheco e Sá Pinto também esperam.
Poderosos europeus com lugares em aberto
Mais do que transferências de jogadores, o defeso tem sido muito movimentado nos bancos, com inúmeros clubes a mudarem de treinador. É na Alemanha que esta tendência tem sido mais notada, com sete dos oito primeiros classificados da Bundesliga a mexerem nos respetivos comandos técnicos. O cargo no Wolfsburgo, que se apurou para a próxima edição da Champions, deixou de estar disponível a meio da semana passada, mas ainda restam alguns bancos apetecíveis.
O Lille, recém-coroado campeão francês, está no mercado por um novo treinador, depois de Christophe Galtier ter decidido deixar o clube, tal como a Lazio, que perdeu Simone Inzaghi para o Inter de Milão, e quer alguém para dar continuidade ao bom trabalho do ex-treinador.
Em Espanha, Ronald Koeman, que esteve com um pé fora do Barça, afinal continua e o Real Madrid escolheu Carlo Ancelotti para suceder a Zidane.
Nesta altura, é na Premier League que há mais vagas, com o Everton, que perdeu o experiente italiano, a juntar-se ao Tottenham e ao Wolverhampton, que mantêm a indecisão entre vários candidatos, embora Lage seja o preferido para os "Wolves".
A verdade é que não faltam treinadores de peso à espera da chamada certa: Antonio Conte, Ernesto Valverde, Zidane, Maurizio Sarri e Lucien Favre são alguns deles.