Poucos minutos depois de apresentar, oficialmente, a candidatura à presidência do F. C. Porto, André Villas-Boas respondeu aos jornalistas e voltou a criticar a atual direção. “É lamentável que esteja a tomar decisões estratégicas a três meses das eleições”.
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“O F. C. Porto precisa de mudança. Tenho-me vindo a preparar para ser o motor de transformação do F. C. Porto, que necessita de se reencontrar com as suas bases e valores, com os seus associados e demonstrar uma nova dinâmica, força, e um modelo de gestão mais rigoroso. É tempo, é tempo de mudança”, começou por referir o antigo treinador dos dragões, rejeitando qualquer tipo de ingratidão em relação a Pinto da Costa.
“Este é o momento da minha candidatura. Não está aqui ninguém para trair o presidente do F. C. Porto, que será recordado para sempre como o presidente dos presidentes. Queremos mostrar a nossa equipa, o nosso programa para os sócios decidirem em consciência”, referiu, antes de apontar o dedo às opções estratégicas que estão a ser tomadas.
“É tempo de o F. C. Porto se preparar para uma nova fase da sua vida e lamento que estejam a ser tomadas decisões estruturantes para o clube a três meses das eleições. Sentimos o desejo de mudança dos sócios e não é por não estarmos gratos a Pinto da Costa”, garantiu.
“Nesta fase estamos muito ansiosos, e falo como sócio, para perceber o que se passa no negócio com a Legends, que pode fazer o F. C. Porto a ter capitais próprios positivos, ou perto disso, como referiu o presidente. Queremos perceber isso para adaptar a nossa estratégia financeira. É lamentável que estas decisões desta envergadura estejam a ser tomadas nesta altura. Só acontecem quando se vende parte do clube, ou de empresas associadas”, acrescentou.
“O motor do F. C. Porto é a sua gestão desportiva e essa desapareceu. Num modelo rigoroso, o F. C. Porto voltará e encontrar essa força, continuando a competir para ganhar, com uma direção desportiva rigorosa e adequada à modernidade”, revelou André Villas-Boas, que recordou os episódios de violência da assembleia geral de alteração dos estatutos, que acabou por ser suspensa e, depois, cancelada.
“Lamentavelmente, ainda estamos à espera das consequências da AG de 13 de novembro, que ficou marcada pelo que todos sabemos. As casas não querem perder a alocação de bilhetes que têm e algumas podem ficar estranguladas por apoiarem outras listas. Os órgãos de gestão devem respeitar as eleições e as casas devem exprimir o que pensam e poder receber todos os candidatos, sem medo de ameaças ou agressões”, terminou.