O dirigente dos "azuis e brancos" assumiu a relevância das claques para o apoio à equipa e adiantou que irão desenhar um novo protocolo.
Corpo do artigo
André Villas-Boas, presidente do F. C. Porto, concedeu uma entrevista exclusiva à "Now", novo canal da Medialivre, que será transmitida na íntegra às 12 horas. Os protocolos com a claque foi um dos assuntos em conversa e confessou um desejo a implementar no futuro:
"As claques têm um papel fundamental no F. C. Porto. O que nós procedemos, recentemente, foi à rescisão dos protocolos para redesenhar o formato de um novo protocolo. Um desejo meu, que pretendo tornar realidade, é que todos os protocolos, bem como as medidas, sejam votadas em sede de Assembleia-Geral. Esperamos implementar em breve, mas penso que não será já nesta época desportiva. Talvez na época 2025/26", adiantou, explicando, de seguida, por que motivo decidiram rescindir o protocolo que estava até então em vigência: "não beneficiava o clube em algumas situações externas que estavam a acontecer".
Nessa mesma entrevista, o presidente do F. C. Porto destacou a importância dos sócios, assim como as dificuldades acrescidas sobre esta condição, em detrimento de um clube detido por "um proprietário". "Temos cultura de vitórias, história e todos estes valores que estão inerentes a um clube de associados, que é algo que nos honra muito. Temos sempre de ser um clube dos sócios e para os sócios. Devemos atacar esta insustentabilidade financeira para continuar um clube de associados. O que nos dará maior conforto é que o F. C. Porto poderá continuar um clube de associados, mas, para continuar nesta subsistência, teremos de ganhar desportivamente", afirmou.
Auditoria
Dentro dos planos está também a realização de uma auditoria: “Estes tempos iniciais têm sido de reconhecimento de dossiês de imediata resolução. Depois, claro está, quando chegamos a uma empresa desta dimensão temos de ter um conhecimento profundo e total da situação atual. É por isso que iremos proceder às auditorias forenses a partir de julho, que deverá ser a data de quando arrancam, e nos próximos quatro ou seis meses atuar com essas conclusões", informou André Villas-Boas.
O líder dos "azuis e brancos" considera, ainda, importante que o futebol português desenvolva um laço de união mais forte para combater a penalização da queda no ranking da UEFA. "Os três grandes nesta fase já não entram na Liga dos Campeões, o que torna mais difícil a sua sustentabilidade imediata", disse, alegando que há campos que podem intervir diretamente, mas outros estão "pendentes de diálogo entre clubes, Liga e Federação".
Fontes de receita
De acordo com André Villas-Boas, as fontes de receita para o F. C. Porto podem seguir duas modalidades. "Há um universo que está relacionado com o posicionamento da marca FC Porto no campo internacional. Isso é inegável. Do qual, a título de exemplo, podemos pensar no Campeonato Mundial de Clubes e como é que a marca FC Porto se pode colocar junto daquelas comunidades imigrantes portuguesas e estrangeiras que temos nos Estados Unidos da América relativamente ao posicionamento da marca. Este é só um exemplo de como nos colocarmos, que já estamos a trabalhar", começa por explicar.
Já a outra está inteiramente relacionada às fontes de receitas que terão "invariavelmente" de gerar por si só. "Infelizmente, e felizmente também, os nossos associados são os nossos clientes. Temos que criar uma nova relação com eles que nos permita também ter crescimento de fontes de receitas através desta nova relação com os associados. O que é que nós temos feito nesta fase? Temos criado um vínculo cada vez mais emocional, que era uma obrigação por parte do clube, mas que não acontecia, que é aproximar os sócios do clube. Portanto, temos tido uma série de experiências novas para com os associados do FC Porto [...] O que nós queremos fazer agora é que os sócios sejam os próprios em entregar a taça ao museu, na companhia das equipas. Portanto, todas estas iniciativas juntam, aproximam o sócio do F. C. Porto emocionalmente. É algo que nós devemos aos sócios e a partir daí criar aqui uma nova relação emocional, mas que também traga benefícios para o F. C. Porto financeiramente", conclui André Villas-Boas.