Treinador do F. C. Porto, Vítor Bruno, assume que o jogo de sábado em Moreira de Cónegos pode ser fulcral para o F. C. Porto na luta pelo título. Sobre a confusão no túnel do Dragão após a receção ao Estrela, diz que "em nenhum momento" esteve presente
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A antevisão do Moreirense-F. C. Porto serviu para Vítor Bruno comentar, pela primeira vez, os incidentes ocorridos após o jogo da passada segunda-feira com o Estrela da Amadora, no Estádio do Dragão.
"Confusão? Não assisti a nada. Em nenhum momento estive presente. Cumprimentei o presidente, porque ele desce sempre para aquele espaço no fim dos jogos, e fui para o meu gabinete. Não vi nada. Durante o jogo, foi fácil perceber o comportamento recorrente do banco do Estrela, desde o início. Basta pôr uma câmara a apontar para o banco", afirmou o técnico portista, sem se alongar sobre a altercação em que esteve envolvido André Villas-Boas: "O presidente tem de defender os interesses do clube. Se sentiu que devia ter aquele tipo de atitude, desceu e fê-lo muito bem".
A três jornadas do fim da primeira volta, Sporting, Benfica e F. C. Porto estão separados por dois pontos no topo da tabela e Vítor Bruno sente que este é um "momento importante" do campeonato, sublinhando a revelância de vencer em Moreira de Cónegos, um campo onde os portistas foram eliminados da Taça de Portugal há cerca de um mês.
"Queremos muito ganhar. Este tipo de jogos vale campeonatos. Dificuldades a jogar fora? Jogar em casa ou fora representa o mesmo para nós. É verdade que o último ciclo de jogos fora [cinco partidas seguidas sem ganhar, com três derrotas e dois empates] não abona a nosso favor. Mas a verdade é que já jogámos fora no campeonato contra Sporting, Benfica, Santa Clara e V. Guimarães. Não olhamos de forma especial para isso, nem fazemos disso um problema. Este jogo é uma oportunidade para reverter esse ciclo", disse Vítor Bruno.
"Os três grandes estão a fazer o que têm de fazer e tem mais ou menos o mesmo número de pontos dos últimos campeonatos. Se chegarmos à última jornada a depender só de nós para sermos campeões, como acontece neste momento, para mim está perfeito. Com mais ou menos contestação, se o F. C. Porto conseguir o desiderato de ser campeão, perfeito. Neste jogo, vamos olhar para o adversário com o respeito que nos merece e tentar fazer algo diferente do que fizemos no jogo da Taça de Portugal", acrescentou.
Questionado sobre os últimos dois jogos [Midtjylland e Estrela], que o F. C. Porto ganhou por 2-0, sem fazer exibições convicentes, e se será preciso jogar muito mais para sair desta jornada com outra vitória, o treinador dos dragões respondeu: "Se jogar o que jogou nos últimos jogos e ganhar, por mim está perfeito. Eu percebo que toda a gente quer futebol de altíssimo nível, com grande nota artística, que empolgue toda a gente, mas há momentos em que isso não pode acontecer. Tendencialmente é aquilo que nós queremos: uma equipa que jogue bem, que seja atrativa, com 10 oportunidades por jogo, que enfie os adversários atrás, que não deixe respirar, que seja sufocante. Eu também quero. Os jogadores também querem. A espaços vamos conseguindo, mas é verdade que temos tido alguma dificuldade em fazê-lo de forma consistente no tempo. É importante olhar para o outro lado da moeda. O Estrela perdeu por números avassaladores em Alvalade e na Luz, mas vejam a quantidade de lances de golo claro que teve lá e que teve no Dragão".