Vítor Bruno e a contestação dos adeptos: “Há dias em que nem eu gosto de mim próprio”
O treinador do F. C. Porto, Vítor Bruno, comentou a revolta demonstrada pelos adeptos após o empate em Famalicão e, na antevisão do duelo com o Midtjylland, para a Liga Europa, defendeu que o importante é que os portistas mantenham o apoio aos jogadores.
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Com apenas cinco pontos conquistados nos primeiros cinco jogos da Liga Europa, o técnico assumiu que podia ter, “sem qualquer favor”, 10 somados e garante que só pensa num resultado para esta quinta-feira.
“Cabe-nos levar o que é nosso, a nossa ideia porque temos uma oportunidade única de fazer oito pontos. É a primeira de três finais que temos pela frente na competição”, referiu Vítor Bruno antes de abordar a contestação de que tem sido alvo.
“São reações normais, de adeptos que querem andar de mãos dadas com a equipa, a apoiar do início ao fim. No final, eles são maiores e vacinados e têm direito a se manifestar. Há dias em que nem eu gosto de mim próprio quanto mais os outros. O importante é que apoiem os jogadores. Que vão buscar boas memórias recentes dos jogos no Dragão”, começou por dizer, antes de voltar ao tema, pedindo que não se ultrapassem certos limites.
“Entendo os adeptos e a manifestação. O que me doeu em Famalicão foi perceber que os jogadores estavam a sentir aquela dor, depois de terem feito muito para ganhar. Os adeptos têm direito a fazê-lo, mas incomodou-me. Quero que os adeptos se manifestem, mas não vamos estar ali a ficar subjugados, embora tenhamos de agradecer sempre o apoio dos adeptos. São o número 1 do clube e isso nunca vai acabar. No final, se tiverem de se manifestar, que se manifestem. Tudo o que seja mais extremado é, claro, mais complicado de gerir”, admitiu.
Revelando que João Mário e Marko Grujic estão de fora por lesão e que Fábio Vieira se encontra em dúvida, Vítor Bruno comentou a importância de Alan Varela na dinâmica da equipa: “É vital, é um pilar, conhece muito bem a casa, conhece como as coisas funcionam, a dinâmica, percebe as ideias da equipa. Pode ou não ir a jogo amanhã, por causa de quem irá casar com ele em campo”.
A terminar, o treinador dos dragões desvalorizou o facto de equipa sofrer muitos golos nos finais da primeira e segunda partes: “Se eu disser que são coincidências vão entrar um chorrilho de críticas. Se for no final do segundo tempo até posso compreender que seja uma situação diferente, mas os golos valem todos o mesmo. Temos é de evitar que eles aconteçam. O Famalicão não teve uma única ocasião contra nós. A equipa foi autoritária e o pecado capital foi não termos ganho o jogo. Bom, até ganhámos, mas só valeu um ponto”.