Vítor Bruno e o adiamento na Madeira: “Não me parece que o F. C. Porto fique beneficiado”
O treinador do F. C. Porto, Vítor Bruno, fez a antevisão da meia-final da Taça da Liga, esta terça-feira frente ao Sporting, e defendeu que o dragões não terão vantagem por terem jogado apenas 15 minutos frente ao Nacional, enquanto os leões tiveram um duro duelo com o Vitória. O objetivo é vencer a competição.
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“A expectativa é a mesma de sempre. Esta competição é um dos objetivos da época, queremos muito ganhar. A equipa está num bom momento, mas temos sempre de desconfiar. Tem de haver respeito e humildade perante um adversário forte, que tem um novo técnico e que nos vai criar muitas dificuldades”, analisou Vítor Bruno, antes de se debruçar sobre se o adiamento do jogo com o Nacional, na passada sexta-feira, pode ter influência no clássico de Leiria.
“Não me parece que o F. C. Porto fique beneficiado, porque vamos jogar ao quarto dia. Se fosse ao terceiro poderia haver alguma vantagem nossa. Mas isto é muito levado para o lado emocional, é um clássico e as equipas elevam os índices competitivos para outra escala. Tivemos 15 minutos de relógio, só jogámos seis ou sete. Mas houve viagem, o regresso, chegar tarde e isso não foi simpático que acontecesse. Não há vantagem. As 96 horas de diferença tornam possível recuperar jogadores”, defendeu.
A primeira meia-final da Taça da Liga será o terceiro jogo de Rui Borges à frente do Sporting e Vítor Bruno encontra muitas semelhanças não só com a equipa leonina que foi treinada por Ruben Amorim e João Pereira como com o Vitória de Guimarães.
“Fizemos a análise dos jogos [do Sporting] com Benfica e Guimarães, há muitas similitudes com o Sporting do Amorim e João Pereira. Claro que algumas dinâmicas e posicionamentos são algo diferentes, antecipamos os diferentes cenários, mas nesses dois jogos não houve grandes diferenças. Também não há muita diferença do Guimarães para o Sporting sob o comando do Rui Borges”, referiu o técnico portista, que pode celebrar o segundo título da época, depois de ter conquistado a Supertaça precisamente frente ao Sporting.
“Se perguntarem aos quatro treinadores, todos querem ganhar, mas os três que não o conseguirem não ficam com a época hipotecada. Na nossa vida, há sempre três resultados presentes. Queremos muito jogar e ganhar, mas vai ser difícil, como vai ser para o Sporting. Não vai jogar apenas o talento, vai ser importante o compromisso”, destacou.
As pedras no caminho de Mora
“Tenho apenas meia dúzia de dias como treinador principal e claro que é importante, porque no F. C. Porto tem de se querer ganhar sempre. No final da carreira, um treinador olha para trás e vê o palmarés que tem. Percebo o lado mais objetivo, materialista, mas sou pessoa muito emocional, de relações. No futebol não devemos desprezar esse fator. Títulos são sempre títulos, mas não me quero impor de forma autoritária”, acrescentou Vítor Bruno, antes de abordar o momento de Rodrigo Mora, que foi muito elogiado pela antiga estrela dos dragões Rui Barros.
“Se for igual ao Rui Barros no talento e fizer um pouquinho da carreira que ele teve é um excelente sinal. Ver o Rui jogar, ainda hoje, é impressionante. É um talento absurdo. Voltando ao Mora: o pai disse numa entrevista que ele tem os pés assentes na terra, com vontade de crescer, evoluir e este caminho é longo e tem umas pedras pelo meio. Cá estaremos para o suportar e proteger. Quando for menos competente lá haverá críticas, mas há uma empatia muito grande dos adeptos. É importante que um menino de 17 anos perceba que isto não são só flores”, alertou, negando a ideia que o Sporting poderá estar fragilizado após o empate em Guimarães.
“A Taça da Liga aparece num contexto diferente, com caminho mais curto esta época, mas não me parece que o Sporting venha mais fragilizado por ter empatado em Guimarães. Com dois jogos podemos conquistar um título, mas um clássico tem sempre um patamar mais intenso. São duas equipas fortes, que se conhecem muito bem”, finalizou.