Foi apresentada na tarde desta terça-feira, no Fórum Cultural Transfronteiriço de Alandroal, a 40ª Volta ao Alentejo em Bicicleta, que vai estar na estrada entre 22 e 26 de março, com início em Beja e final em Évora. Participam na prova 12 equipa portuguesas, as 9 Continentais e 3 Equipas de Clube, e 7 estrangeiras, 4 de Espanha, 2 da Grã-Bretanha e 1 de Angola, com cinco etapas, todas em linha, com um total de 834,1 quilómetros.
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A edição que celebra os 40 anos da "Alentejana" fica marcada por uma exposição itinerante que vai estar patente ao público nas partidas e chegadas das etapas, onde são recordados os principais momentos de cada uma das edições da prova.
A prova teve 38 vencedores em 39 edições, tendo Carlos Barbero, que venceu as edições de 2014 (Euskadi) e 2017 (Movistar), "furado" a tradição e coroando-se como o único corredor a ganhar a "Alentejana" por duas vezes.
A Volta ao Alentejo é organizada desde 2010 pela Podium Events, a empresa que coloca na estrada a Volta a Portugal, e vai percorrer três dezenas dos 47 concelhos do Alentejo (Alto, Baixo e Litoral).
A corrida inicia-se em Beja, tendo como cenário o Parque da Cidade, com a ligação no primeiro dia a Ourique e meta no final na rampa junto à Câmara Municipal, na semana em que naquela vila se realiza a Feira do porco Alentejano. Seguem-se as etapas Castro Verde-Grândola, Vendas Novas-Estremoz, Crato-Castelo de Vide e Monforte-Évora.
Sem contrarrelógio, a edição 2023 da "Alentejana" tinha tudo para ser decidida na luta pelas bonificações nas metas volantes e chegadas. No entanto, o traçado da quarta etapa, um constante sobe e desce na Serra de São Mamede, com passagem junto às antenas, no ponto mais alto do Alentejo, situado a 1.025 metros de altitude, pode assumir uma importância capital na decisão final. Com partida da vila do Crato, a tirada é marcada pelas cinco contagens do Prémio da Montanha. As dificuldades começam no Cabeço do Mouro, passam por Marvão e terminam com a ascensão final à Serra de São Paulo, a mesma encosta da Senhora da Penha, antes da vertiginosa descida para Carreiras. Após a chegada à "Sintra do Alentejo", como é conhecida Castelo de Vide, o camisola amarela apresenta-se como o principal candidato a ser coroado na Praça do Giraldo, em Évora, como o vencedor da "Alentejana".
Orluís Aular, Campeão da Venezuela de Fundo e Contrarrelógio e vencedor da edição do ano passado da Volta ao Alentejo, pode fazer história na corrida ao vencer duas vezes, igualando o espanhol Carlos Barbero, que conquistou a "Alentejana" por duas vezes.
O anfitrião, João Grilo, presidente da Câmara de Alandroal, referiu que a Volta ao Alentejo "é a demonstração da capacidade de resistir a tudo, incluindo uma pandemia, e da organização dos municípios", ressalvou.
O presidente da Câmara de Évora e da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), entidade detentora da prova, reforçou que "a prova é o resultado do maior facto histórico do Portugal moderno, o 25 de Abril", recordando Carlos Pinto Sá que "muitos trabalhadores das autarquias alentejanas fizeram a corrida", rematou.
Paulo Ferreira, o primeiro vencedor da "Alentejana" foi chamado ao palco por Joaquim Gomes, diretor da Organização, explicando que "é uma homenagem a todos os que ao longo de 40 anos têm feito a corrida", rematando que a prova "vai de novo ser diferente", concluiu.
Vencedor da última etapa da edição de 1990, em Évora, e segundo da geral individual, o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo sustentou que "o ciclismo é a única modalidade que vem para o interior do país e inverte a desertificação trazendo mais novas pessoas para as regiões e o Alentejo é um excelente dessa inversão", destacou Delmino Pereira.
A "Alentejana" chegou a internacional em 1996.
Com a presença de Miguel Indurain e manteve tal categoria até 2009, data em que a organização a CIMAC-Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, "herdeira" da Associação de Municípios do Distrito de Évora (AMDE), decidiu suspender a efetivação da corrida. Foi depois a Podium num protocolo com a CIMAC, que viabilizou o regresso à estrada desde 2010 da Volta ao Alentejo em Bicicleta, mas passando a mesma para a categoria 2.2 da UCI.
Entre os vencedores estão os nomes de Miguel Indurain, Aitor Garmendia, Asiat Saitov, Melchior Mauri, José Luís Rubiera, Laszlo Bodrogi, Xavier Tondo, David Blanco, Carlos Barbero (o único por duas vezes), Maxime Bouet, Paulo Ferreira, Manuel Zeferino, Marco Chagas, Joaquim Gomes, Fernando Carvalho Luís Mendonça, João Rodrigues e Maurício Moreira entre muitos outros.
Equipas presentes
Continentais Profissionais (3): Caja Rural/Seguros RGA, Equipo Kern Pharma e Burgos/BH (todas de Espanha)
Continentais (13): Glassdrive/ Q8/ Anicolor, Aviludo/ Louletano/ Loulé Concelho, Efapel Cycling, Credibom/ LA Alumínios/ MarcosCar, Tavfer/ Ovos Matinados/ Mortágua, Kelly/ Simoldes/ Oliveirense, Rádio Popular/ Paredes/ Boavista, AP Hotels and Resorts/ Tavira/ SCFarense, ABTF Betão/ Feirense, Bike Aid (Alemanha), Electro Hiper Europa (Espanha), Trinity Racing (Grã-Bretanha) e Bai/ Sicasal/ Petro de Luanda (Angola)
Equipas de Clube (3): Fonte Nova/Felgueiras, JV Perfis/ Windmob e Santa Maria da Feira/ Segmento d"Época/ Reol.