A recuperação das bolsas europeias sofreu esta terça-feira uma quebra, depois dos números que apontam para um crescimento modesto da zona euro, no dia em que França e Alemanha anunciaram várias propostas, incluindo a criação de um governo económico europeu.
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"É um pouco decepcionante mas sentimos que há uma vontade de agir", afirmou Yves Marcais, corrector da Global Equities, depois da conferência de imprensa da chanceler alemã, Angela Merkel, e do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, em Paris.
Se as bolsas europeias fecharam antes dos anúncios franco-alemães, a praça nova-iorquina acentuou temporariamente as perdas. No fecho, o industrial Dow Jones perdia 0,67 por cento e o Nasdaq recuava 1,24 por cento.
Depois de uma breve subida, a moeda única europeia tabém recuou: o euro valia 1,4406 dólares às 22 horas (hora de Lisboa), contra os 1,4440 que valia ao fim do dia de segunda-feira.
Nos mercados financeiros, Paris desvalorizou 0,25 por cento, Frankurt 0,45 por cento, Madrid 0,40 por cento, Lisboa 1,47 por cento e Milão 0,87 por cento. Apenas as bolsas de Londres e de Zurique encerraram no verde, com ganhos de 0,13 e de 0,91 por cento, respectivamente.
Entre as propostas divulgadas esta terça-feira pelos dois dirigentes está a criação de um "verdadeiro governo da zona euro", a adopção de uma regra de ouro do equilíbrio orçamental pelos 17 membros da moeda única e a instauração de uma taxa sobre as transações financeiras.
Sobre a questão dos 'Eurobonds', defendidas por alguns dirigentes europeus, Sarkozy e Merkel mostraram-se reticentes. A chanceler alemã "não acredita que as 'Eurobonds' possam ajudar hoje", ao passo que Sarkozy considerou que elas colocam "seriamente em perigo" os países com melhor notação" ('rating').
Outra má notícia para as praças bolsistas foram os números desanimadores do crescimento na Alemanha, a maior economia da zona euro, de apenas 0,1 por cento no segundo trimestre.