Associação admite impacto nas vendas se avançar taxa agravada a carros chineses

Porém, Hélder Pedro afirma que é preciso esperar pela negociação da Comissão Europeia com a China. Ontem, o executivo comunitário ameaçou agravar as taxas de carros elétricos chineses, depois de uma investigação comprovar existirem práticas desleais de Pequim. 

Numa altura em que a União Europeia (UE) tem como meta a descarbonização na mobilidade, Hélder Pedro nota que o impacto de um possível agravamento das tarifas de importação aos carros elétricos chineses será sentido em Portugal. “Os resultados da investigação da Comissão Europeia são provisórios e há contactos a acontecer com as autoridades chinesas”, acrescenta o secretário-geral da ACAP.

O executivo comunitário referiu, em comunicado enviado ontem, que se as conversações com as autoridades chinesas não chegarem a bom porto, isto é, não se encontrar uma solução eficaz para que as indústrias da UE e as indústrias da China tenham “condições concorrenciais equitativas”, os “direitos de compensação provisórios” entram em vigor a 4 de julho.

Tesla mais vendido

As importações de veículos elétricos da BYD passarão a ser taxadas em 17,4%, da Geely em 20% e da SAIC em 38,1%. Estas marcas chinesas foram incluídas na amostra da investigação de Bruxelas. Os construtores chineses que cooperaram com a investigação de Bruxelas, mas não entraram na amostra, serão taxados a 21%. Os restantes serão a 38,1%.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão disse, numa conferência de Imprensa, que um possível agravamento das tarifas vai ser prejudicial para os interesses europeus. De acordo com dados da ACAP, foram registadas 715 matrículas da BYD nos primeiros quatro meses deste ano, em Portugal. Um aumento de 1643% face ao ano passado. O topo de vendas de carros elétricos no país é ocupado pela Tesla e a BMW.