A associação da hotelaria e restauração vai propor "um dia sem estabelecimentos abertos" e chamar a atenção para a "tragédia" que representa a subida do IVA para 23% no sector, podendo levar ao encerramento de metade das unidades.
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Se o IVA passar para 23%, "estamos a prever uma tragédia, muitas empresas vão encerrar, muitos postos de trabalho vão desaparecer no sector e vamos perder quase metade dos estabelecimentos, mais de 50 mil", afirmou o presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
Mário Pereira Gonçalves explicou, à agência Lusa que, na terça-feira, cerca de dois mil profissionais, entre empresários e técnicos de contas, vão avaliar o trabalho que tem sido realizado e apresentar alternativas a avançar no futuro, perante a possibilidade de o IVA aumentar dos actuais 13% para 23%.
Uma proposta a analisar no encontro marcado para Lisboa é a realização de "um dia sem restaurantes", avançou.
Uma informação divulgada pela associação refere que será lançada uma campanha de sensibilização sobre as consequências do aumento do IVA no sector, que inclui o "Dia Nacional Sem Restaurantes, uma acção ímpar, que levará ao encerramento dos estabelecimentos nacionais por um dia".
"O IVA a 13% é penalizador" face aos mais directos concorrentes, como Espanha, França e Itália, com taxas de 8%, 5,5% e 10%, respectivamente, e "Portugal está em desvantagem" quando se trata de atrair turistas, especificou o presidente da AHRESP.
Contas da AHRESP concluem que a subida do IVA para 23% vai levar a quebras de receitas de 1,8 mil milhões de euros até final de 2013, e ao encerramento de 54 mil empresas, lançando no desemprego cerca de 120 mil trabalhadores.
A decisão de aumentar o IVA provoca ainda, segundo a AHRESP, perdas de receitas para o Estado no valor de 1,450 mil milhões de euros, sendo 720 milhões com a segurança social e 730 milhões de receitas fiscais.
"Não percebo este Governo. Acho que está mais preocupado em aumentar impostos do que em criar postos de trabalho", comentou Pereira Gonçalves.
Segundo o presidente da AHRESP, o sector propôs, no caso de o IVA baixar para a taxa reduzida, criar 40 mil postos de trabalho em 2012 e 2013.
A AHRESP espera ter no encontro, a realizar, na Aula Magna da Universidade de Lisboa, representantes dos partidos políticos, das associações de consumidores e dos sindicatos.