Banco de Portugal interveio para salvaguardar estabilidade do sistema financeiro
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, disse esta segunda-feira que a entidade interveio no BES com a "preocupação fundamental" de proteger o "interesses dos depositantes e salvaguardar o sistema financeiro nacional".
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O banco central, declarou Carlos Costa no Parlamento, atuou de "forma totalmente empenhada e diligente, decidindo com base da informação disponível em cada momento", mas "não deixará de fazer a sua própria avaliação" da sua atuação, com "distância, serenidade e o conhecimento que o tempo permite".
O governador fala desde as 9 horas no Parlamento, no primeiro dia de trabalhos da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).
Sobre a resolução aplicada para o BES, Carlos Costa sublinhou que os indicadores aos dias seguintes da separação do banco em duas entidades "apontam para a ausência de perturbações sistémicas no mercado".
No que refere à supervisão do BdP, o governador advoga que "não se pode ser mais intrusivo do que ir a casa do cliente, do que testar o modelo de negócios do cliente e dos vários clientes", advertindo que "num processo normal de supervisão" o caso BES "nunca teria sido detetado".
Tal, prosseguiu Carlos Costa, devia-se ao facto de a Espírito Santo Internacional (ESI) estar fora do alcance do banco central.
A audição de Carlos Costa marca o arranque dos trabalhos da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES.