O Banco Central Europeu (BCE) subiu, esta quinta-feira, os juros de referência para 1,25%, ao fim de quase dois anos com as taxas no mínimo histórico de 1%.
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O conselho de governadores do BCE, liderado por Jean-Claude Trichet, aumentou a taxa de juro em 25 pontos base, antecipando-se assim a outras autoridades monetárias no aumento do preço do dinheiro desde o início da crise financeira.
O BCE anunciou também que a taxa para o financiamento de muito curto-prazo aumentou 25 pontos base para 2% ('overnight'), um aumento idêntico ao da taxa de depósito que passou a ser de 0,5%, também com efeitos a partir de 13 de Abril.
A inflação, que em Março se situou nos 2,6% na zona euro, o nível mais alto desde Outubro de 2008, é o principal motivo para a subida da taxa de juro, já que o principal desígnio do BCE é a manutenção da taxa de inflação num nível próximo de 2%.
O BCE baixou os juros em 3,25 pontos entre Outubro de 2008 e Maio de 2009 para estimular o crescimento económico da zona euro.
Os analistas antecipam contudo que o preço do dinheiro pode fechar o ano já nos 1,75%.
A eventual subida dos juros acontece numa altura em que Portugal anunciou que vai solicitar ajuda externa. Segundo os economistas, um aumento dos juros pode ter impacto em economias mais débeis, como a portuguesa, a Grécia ou a Irlanda.
O impacto da eventual subida da taxa directora do BCE nas Euribor deverá agravar entre 12 e 20 euros a prestação mensal do crédito à habitação, mas os analistas não prevêem um aumento do incumprimento das famílias.