O secretário de Estado adjunto, Carlos Moedas, disse que a Taxa Social única tem "gerado equívocos" e deixou recados a "alguns empresários" que antes se queixavam das restrições de liquidez e agora veem a medida como "uma ameaça".
Corpo do artigo
Discursando no encerramento da conferência "Competitividade e crescimento de Portugal no contexto mundial", o secretário de Estado começou por dizer que se vivem "dias intensos e sensíveis do ponto de vista político" e aproveitou para esclarecer "equívocos" em torno da medida de desvalorização fiscal que considerou "complexa".
Carlos Moedas adiantou que a medida vai ser discutida "de forma alargada", nomeadamente com os parceiros sociais e que "está a ser calibrada de forma a atender aos mais desfavorecidos".
Apontou o impacto no consumo como um dos principais equívocos em torno da TSU, considerando que se estão a omitir outras medidas que também teriam esse impacto, sem gerar contrapartidas ou benefícios para as empresas.
Lembrou ainda que "durante meses a fio" os empresários se queixaram das restrições de liquidez, enquanto agora, "a crer nas palavras de alguns empresários, essas restrições desapareceram de um dia para o outro, não sendo necessário aliviar custos para promover a competitividade.
"Sei que para algumas empresas, incumbente, bem instaladas e com domínio de mercado, esta medida pode representar uma ameaça, uma vez que poderá dar mais força às empresas ágeis e dinâmicas", às empresas que lutam com as bem instaladas pela quota de mercado", frisou o secretário de Estado, que não quis esclarecer a quem se referia.
A redução da Taxa Social Única (TSU) para as empresas com correspondente aumento da contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social suscitou críticas por parte do mundo empresarial, destacando-se o patrão da Sonae, Belmiro de Azevedo, o empresário social-democrata, Alexandre Relvas, o presidente da Logoplaste, Filipe de Botton e várias associações patronais.