Ações estavam suspensas à espera das deliberações da assembleia-geral de acionistas
Corpo do artigo
A CMVM levantou a suspensão das ações do BPI, que estavam desde esta manhã impedidas de transacionar, à espera de decisões na assembleia-geral de acionistas, que foi retomada e novamente suspensa para 21 de setembro.
O regulador de mercado "deliberou o levantamento da suspensão", por terem "cessado os motivos que justificaram a suspensão".
As ações do BPI caíram ontem mais de 3% depois do espanhol El Confidencial noticiar que o Caixabank ia deixar cair a OPA sobre o banco português se os estatutos não fossem desblindados.
A intenção não é nova mas castigou as ações do BPI, que hoje voltou a suspender a assembleia-geral à espera de uma decisão do tribunal sobre providências cautelares entregues pelo acionista Violas Ferreira.
A tensão acionista tem já vários meses e o próprio presente do conselho de administração, Santos Silva, admite que há "intranquilidade". Em cima da mesa está a desblindagem dos estatutos do banco, bloqueados a 20% e cuja desblindagem é condição para que a OPA do Caixabank avance. Para Pedro Ricardo Santos, da XTB, a "expectativa do mercado acabou por ser confirmada já que, até à data, não existia resposta às questões levantadas pela ação do maior acionista português - que havia sido prometido pela administração do banco".
"Os procedimentos dilatórios encetados pela família Violas estão a provocar o efeito desejado pelos próprios. A verdade é que a paciência dos catalães parece estar a chegar ao limite. Como resultado último, a oferta de aquisição pode mesmo não a ser concluída", avisa o gestor de ativos. "Com isto, a família Violas consegue assegurar a sua importância estratégia na estrutura de capital do banco já que, enquanto atual aliada dos interesses de Isabel dos Santos, somando os respetivos direitos de voto, ultrapassam os 20% do Caixabank", lembra.