Comissão de trabalhadores da STCP "preocupada" com o número de profissionais a dispensar
A Comissão de Trabalhadores (CT) da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) manifestou "preocupação" com a intenção da empresa de dispensar entre 150 a 190 profissionais este ano.
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"A CT está preocupada com tal panorama, em virtude das condições sociais se terem alterado, bem como se alteraram unilateralmente as condições para rescisões amigáveis", afirmou, em declarações à Lusa, o coordenador da CT, Ricardo Cunha.
Segundo o responsável, a CT "não tinha a noção" de que a empresa pretendia dispensar tantos trabalhadores, uma vez que "apenas estava a contar com a dispensa de cerca de 80 pessoas, de todas as áreas, exceto motoristas e controladores de tráfego".
Fonte oficial da STCP afirmou à Lusa que a empresa pretende dispensar entre 150 a 190 trabalhadores este ano, ao abrigo de rescisões amigáveis, situações de invalidez ou reforma.
"É preciso ter em conta que as alterações às condições de rescisões amigáveis são atualmente diferentes. Em vez de salário e meio por ano de antiguidade, a STCP agora apenas paga um mês", sublinhou.
Ricardo Cunha acrescentou ainda que também as condições gerais para a atribuição do subsídio de desemprego não são as mesmas.
"Pensamos que haverá muita gente que, face a estas alterações, já não quererá sair da empresa", frisou.
A CT vai reunir hoje à tarde com o conselho de administração da STCP, sabendo que serão debatidos temas como rescisões amigáveis e a alteração da rede de madrugada.
No ano passado, a STCP gastou cerca de 2,9 milhões de euros em rescisões.
No processo de 2011, foram abrangidos 61 trabalhadores (46 rescindiram por mútuo acordo e 15 por extinção do posto de trabalho).
Em 2011, reformaram-se 105 trabalhadores da STCP -- 85 por velhice e 20 por invalidez -- e sete trabalhadores saíram da empresa devido ao fim do contrato.
No âmbito da reestruturação das empresas públicas de transportes, o Governo vai avançar com a fusão da STCP com o Metro do Porto.
O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes, afirmou, na quinta-feira, que a intenção do Governo é avançar até ao final de abril com esta fusão.