O comissário europeu do Comércio, o belga Karel de Gucht, está a ser investigado pela Inspecção Especial dos Impostos da Bélgica acerca da compra de uma segunda residência em Itália.
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A Inspecção Especial, uma secção das Finanças belgas que tem por missão "combater a fraude fiscal grave e organizada", tem em seu poder, desde segunda-feira, os extractos bancários do comissário e da mulher, segundo o diário "De Standaard".
Os extractos bancários do casal De Gucht foram fornecidos ao fisco pelos próprios bancos, depois de o comissário ter recusado fornecer esses dados, disse o jornal.
Em Dezembro, De Gucht, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica entre 2004 e 2009, recorreu a um tribunal de primeira instância para impedir o acesso às contas.
O comissário pediu ao tribunal que enviasse o processo para o Tribunal Constitucional com o argumento de que a lei belga de 2011 sobre levantamento do segredo bancário, aprovada pelo partido liberal flamengo, a que pertence, "vai longe demais". O tribunal recusou o pedido.
Karel de Gucht recorreu da decisão, processo que ainda corre mas que não tem efeitos suspensivos. Se o comissário acabar por ganhar o recurso, o fisco não poderá utilizar os dados bancários.
"É uma questão privada do comissário De Gucht, por isso não vamos fazer comentários", afirmou , esta terça-feira, um porta-voz da Comissão Europeia, Alejandro Ulzurrun.
"Todos os princípios que dizem respeito à integridade e à declaração de interesses dos comissários mantêm-se válidos. Não há excepções", acrescentou.