O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, advertiu, esta quarta-feira, que não se deve "generalizar a mensagem" transmitida pelos gregos a países que não estão na mesma situação e que, por isso, a discussão com Atenas vai ser específica.
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"A União Europeia vai discutir especificamente a situação grega com o Governo grego", frisou Pierre Moscovici, numa entrevista publicada, esta quarta-feira, pelo jornal Le Parisien.
Questionado sobre se os resultados das eleições de domingo na Grécia representam um golpe para as políticas de austeridade na Europa, o comissário europeu afirmou que "não há que generalizar a mensagem".
A economia helénica "viu-se duramente afetada, sobretudo pelo foco das contas públicas, que, no mínimo, careciam de rigor e porque teve uma severa recessão", explicou Moscovici, acrescentando que "todos os Estados-membros da zona euro não estão nessa situação", pelo que "não há que fazer uma leitura global, sistemática".
A dívida é uma questão essencial para o novo Governo grego e estará no centro das negociações com os parceiros europeus, principais credores da Grécia.
Na noite de domingo, o líder do Syriza e novo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, reiterou no discurso de vitória a sua intenção de renegociar com os credores uma "nova solução viável" para a Grécia, designadamente ao nível da dívida.
O programa económico do Syriza prevê, entre os seus principais pontos, o fim das medidas de austeridade e a renegociação da dívida pública da Grécia.
A dívida grega eleva-se a mais de 315 mil milhões de euros, segundo dados do Eurostat, no final de setembro de 2014. Já o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) indica que a dívida ascende aos 324 mil milhões de euros.