A Operação Pública de Venda dos Correios de Portugal decorrerá ainda este ano, até ao final da primeira semana de dezembro, anunciou esta sexta-feira no Parlamento o ministro da Economia, Pires de Lima.
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"A OPV realizar-se-á até ao final da primeira semana de dezembro", revelou o governante, no decorrer da sua audição na comissão de economia e obras públicas.
Sobre o facto de o Executivo ter escolhido o mercado de capitais para concretizar a privatização dos CTT, quando havia vários grupos que já tinham manifestado publicamente o seu interesse na operação (através de uma venda direta), Pires de Lima apontou para as vantagens e desvantagens do modelo escolhido.
"Reconheço que é um caminho ousado e que comporta alguns riscos, mas não pode ser acusado de não ter toda a transparência", afirmou, realçando que a OPV "permite a todas as empresas e particulares participarem na privatização".
O ministro apontou ainda o sucesso da dispersão em bolsa dos correios britânicos (Royal Mail), que decorreu na quinta-feira, em Londres, para sublinhar a confiança do Governo português neste negócio.
Uma vez que o tema das privatizações foi abordado, Pires de Lima aproveitou para destacar que as vendas das participações estatais na EDP (25%), na REN (40%) e na ANA (100%), permitiram um encaixe global de seis mil milhões de euros.
"Isto, quando todo o programa negociado com a 'troika' [Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional] apontava [em termos de privatizações] para cinco mil milhões de euros", frisou.
O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira as condições da Oferta Pública de Venda (OPV) e o caderno de encargos da venda direta institucional dos CTT - Correios de Portugal.
Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, a Parpública fica autorizada a alienar um número de ações representativas de uma percentagem de "até 70% do capital social" dos CTT.
Esta venda será feita através da realização das seguintes operações: OPV no mercado nacional e "venda direta a um conjunto de instituições financeiras, que ficam obrigadas a proceder à subsequente dispersão das ações nos mercados de capitais".
Do conjunto de ações destinado à OPV, um lote representativo de até 5% do capital será reservado à aquisição por trabalhadores.