O encontro desta terça-feira entre a CGTP e o ministro da Economia foi infrutífero porque não foram apresentadas novas propostas para viabilizar o diálogo em concertação embora Álvaro Santos Pereira tenha admitido negociar o aumento extraordinário do horário de trabalho.
Corpo do artigo
A CGTP deixou o Ministério da Economia com a convicção de que só tinha sido convocada para iludir a opinião pública e sem qualquer avanço negocial.
"Na prática o ministro só convocou a CGTP para passar a ideia para a opinião pública de que está a ouvir todos os parceiros sociais, incluindo a CGTP", disse à agência Lusa Arménio Carlos, da comissão executiva da Intersindical.
Segundo o sindicalista, não foram avançadas quaisquer ideias ou propostas para desbloquear o processo em curso na concertação social mas o ministro da Economia manifestou disponibilidade para "negociar o aumento da meia hora diária de trabalho desde que fossem apresentadas alternativas".
"Mas a CGTP não pode apresentar medidas alternativas para aquilo que considera ser uma redução da remuneração", disse Arménio Carlos acrescentando que o aumento extraordinário do horário de trabalho equivale a mais de um mês de trabalho gratuito.
Desde o início do ano que o Governo e alguns parceiros sociais, nomeadamente, CIP - Confederação da Indústria de Portugal, CCP (Confederação do Comércio e Serviços de Portugal) e UGT têm encetado reuniões bilaterais com o Governo com vista a alcançar um acordo tripartido, embora João Proença tenha reiterado esta manhã que relativamente à meia hora, "não há condições para qualquer tipo de acordo".
Entretanto, a CGTP, que abandonou a última reunião de concertação social em sinal de protesto, mas que salientou na altura não abandonar o processo negocial, criticou esta terçafeira de manhã o Governo pelo facto de não ter sido convocada para reuniões bilaterais.
Na sequência das críticas de Carvalho da Silva, à TSF, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, convocou a Intersindical para um encontro bilateral esta tarde.