Os estivadores do Porto de Lisboa iniciam, esta segunda-feira, uma greve para contestar o recurso a novos funcionários, facto que o sindicato considera que põe em causa os atuais trabalhadores da estiva.
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O presidente do Sindicato dos Estivadores, António Mariano, disse à Lusa, a 16 de janeiro, que as "operações [portuárias] só irão parar se forem introduzidos trabalhadores estranhos" ao serviço, pelo que admite que a paralisação poderá ter pouco impacto.
Quanto à razão desta greve, o dirigente sindical explicou, na altura, que tem a "ver com entrada em funcionamento de uma segunda empresa de trabalho portuário, com a introdução na operação de trabalhadores novos em substituição dos 47 despedidos em 2013", o que considerou "ainda mais inaceitável" quando o sindicato estava em negociações com as empresas de estiva "para acertar o novo contrato coletivo de trabalho".
Segundo o pré-aviso da greve, o sindicato considera que as empresas estão a "habilitar profissionalmente outra mão-de-obra desnecessária ao setor" com vista a substituir os "atuais trabalhadores portuários por outros trabalhadores a contratar, não só em condições precárias, como também em condições remuneratórias substancialmente inferiores", afirmando ainda que essas empresas têm violado de diversos modos a regulamentação coletiva em vigor para o trabalho portuário.
Além do Porto de Lisboa, a greve marcada pelo Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, entre as 8 horas desta segunda-feira e as 8 horas de 10 de fevereiro, pode ter também impacto em Setúbal e na Figueira da Foz, caso durante a greve sejam desviados cargas ou navios para estes portos.
Para a AOPL - Associação de Operadores do Porto de Lisboa, esta greve é convocada contra "as empresas de trabalho portuário que coloquem novos estivadores" nas operações do Porto de Lisboa.
A associação de operadores diz ainda que esta situação seria apenas "absurda" se "não fossem as consequências económicas extremamente sérias que dela resultam" por poder paralisar parte da atividade portuária.