O Eurogrupo deu, segunda-feira, um ultimato à Grécia, que tem até sexta-feira para pedir uma nova extensão do resgate financeiro, com os gregos a rejeitarem as imposições dos parceiros, mas a manifestarem confiança num acordo dentro de 48 horas.
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O presidente do Eurogrupo, Jeoren Dijsselbloem, disse preferir uma solução que passe pela extensão do programa de assistência à Grécia num curto prazo, enquanto se negoceia uma de longo prazo, sublinhando que a iniciativa pertence a Atenas.
"Falamos numa extensão do programa porque este ainda vigora", adiantou Dijsselbloem, sublinhando que a Grécia tem até ao final da semana para decidir, podendo ser marcada uma nova reunião dos ministros das Finanças da zona euro.
"É muito claro que o próximo passo tem que ser dado pelas autoridades gregas e, tendo em conta o calendário, estamos reduzidos a esta semana", disse o presidente do Eurogrupo, em conferência de imprensa.
Também a ministra das Finanças portuguesa, Maria Luís Albuquerque, disse em Bruxelas que "o contexto adequado" para prosseguir discussões com a Grécia é "uma extensão do programa" e que não haverá mais conversações sem que tal suceda.
Apesar disso, em conferência de imprensa, o ministro das Finanças grego manifestou-se confiante com a possibilidade de alcançar um acordo "dentro de 48 horas" com os parceiros da zona euro.
Yanis Varoufakis reiterou a vontade de encontrar um acordo que garanta uma "solução honrosa" para todos, mas advertiu que Atenas não aceita um ultimato da União Europeia (UE).
"Na história da UE, nada de bom surgiu com um ultimato", vincou o ministro.
O Governo grego rejeitou uma primeira proposta de compromisso apresentada pelo Eurogrupo, considerando-a absurda e inaceitável, por implicar precisamente que a Grécia prolongue o atual programa de assistência financeira.
Segundo o esboço de declaração do Eurogrupo, a que a agência Lusa teve acesso, o Governo grego deveria comprometer-se a pedir a extensão do atual programa -- que expira no final do mês -, a concluí-lo com sucesso. A flexibilidade a ser concedida às autoridades gregas seria com base no atual programa, que o primeiro-ministro Tsipras já não disse não reconhecer mais.