O secretário de estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, criticou as contas que a CGTP e a FECTRANS fizeram quarta-feira aos custos da greve desta quinta-feira, afirmando que foram "pouco rigorosas". O governante apelou às estruturas sindicais para que reflictam sobre o impacto das paralisações.
Corpo do artigo
"Quando disse que a greve de hoje vai custar 150 milhões de euros, a FECTRANS e a CGTP multiplicaram esse valor por 365 dias. Fazer essa multiplicação, como se o impacto da economia fosse igual num dia útil ao fim de semana ou a um feriado, é pouco rigoroso e não corresponde à realidade", disse o governante.
Sérgio Monteiro falava na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, onde está a ser ouvido a pedido do PS.
Reafirmando os custos da greve dos transportes públicos que hoje se realiza, o secretário de Estado pediu aos deputados para reflectirem nesse número "porque a economia não aguenta impactos dessa natureza".
O governante terminou afirmando que "temos todos de caminhar para a sustentabilidade das contas públicas".
Aos trabalhadores, Sérgio Monteiro pediu "compreensão para perceberem que este caminho de greve sobre greve afasta o país do caminho da consolidação".
Reafirmando que "não se pode por em causa aquilo que é o esforço do Governo num ano de poupança", pediu ainda aos sindicatos "especial sentido de responsabilidade" na actual conjuntura económica.
"Reflictam. Têm de ter consciência do impacto das suas decisões", afirmou o secretário de Estado.
Hoje, a federação que representa os sindicatos as principais empresas públicas de transportes - CP, Refer, CP/Carga, Carris (Lisboa), Transtejo, STCP (Porto) e Metropolitano de Lisboa - estão a realizar uma greve nacional em protesto contra os cortes no sector.
De acordo com os dados dos sindicatos, a paralisação ficou muito aquém das expectativas dos sindicatos, já que CP e Carris estão a funcionar quase normalmente.