O Governo considerou hoje, terça-feira, que os dados do Eurostat sobre desemprego em Portugal têm revelado constantes oscilações e que a percentagem oficial no segundo trimestre deste ano é do Instituto Nacional de Estatística (INE), de 10,6.
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A posição do executivo foi transmitida aos jornalistas pelo secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Valter Lemos, depois de o Eurostat ter revisto em, alta a taxa de desemprego em Portugal.
Entre maio e junho, o Eurosat reviu em alta para um máximo de 11 por cento e confirmou que a taxa de desemprego em julho recuou para 10,8 por cento.
Falando aos jornalistas após a inauguração de uma creche do grupo Auchan na Amadora, em que esteve presente o primeiro ministro, José Sócrates, "o número do desemprego no segundo trimestre de 2010 é de 10,6 por cento, que foi divulgado pelo INE ainda há bem pouco tempo".
"Esse é o número oficial do desemprego em Portugal", salientou o secretário de Estado, antes de se referir às sucessivas revisões que o Eurostat tem feito em relação às suas próprias estimativas.
"As estimativas hoje avançadas pelo Eurostat, que revê em alta as estimativas que já tinha feito para esse segundo trimestre -- e que dá um número de queda para o mês de julho de 10,8 por cento -- representa uma divergência em relação aos dados do INE", apontou o membro do Governo.
Para Valter Lemos, a explicação dessas alterações das revisões do eurostat "terá de ser perguntada ao próprio Eurostat ou ao INE".
"Os números que o Eurostat tem dado para o desemprego em Portugal têm mudado todos os meses. Todos os meses o Eurostat tem corrigido as estimativas que tem apresentado. Aliás, a estimativa agora corrigida corrigiu a estimativa de junho do ano passado", observou ainda Valter Lemos.
No entanto, o secretário de Estado negou estar a levantar dúvidas sobre a relação entre esta entidade da União Europeia e o Estado Português.
"Mas estas oscilações constantes nos dados do Eurostat têm de ser perguntadas a esta entidade. O número oficial [do desemprego em Portugal] é de 10,6 por cento e é do INE. Esse é o número oficial para todo o mundo, incluindo para o Eurostat", reiterou o secretário de Estado.
Valter Lemos adiantou que o Governo tomará em linha de conta a mais recente estimativa do Eurostat, "mas o número real do desemprego é sempre dado pelo INE no final de cada trimestre".