Governo vai aguardar "com naturalidade" desfecho das negociações entre PT e Telefónica
O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, disse hoje, quinta-feira, que o Governo vai aguardar "com naturalidade" o desfecho das negociações entre a Portugal Telecom (PT) e a espanhola Telefónica para a compra da participação portuguesa na brasileira Vivo.
Corpo do artigo
"Não nos queremos sobrepor a assuntos que dizem respeito às empresas, portanto aguardamos com naturalidade o desfecho destas negociações", afirmou o ministro.
António Mendonça falava numa conferência de imprensa que se seguiu à assinatura de um memorando de entendimento entre os ministérios das Obras Públicas e do Ambiente de Portugal e o ministério do Urbanismo e Construção de Angola.
"As negociações estão a decorrer entre as administrações das duas empresas [PT e Telefónica]. Vamos esperar e em função disso ver-se-á o que é oportuno", disse António Mendonça, quando questionado sobre o papel que o Estado pode assumir no negócio.
Na quarta feira, o ministro afirmou no Parlamento que o Governo continuaria atento as negociações entre a PT e a Telefónica e faria "a intervenção que considerar oportuna em termos dos interesses vitais do país".
A 30 de Junho, e apesar da maioria dos accionistas (74 por cento) da PT ter dado luz verde ao negócio, o Estado português usou a 'golden share' (direitos especiais), pela primeira vez, para vetar a compra dos 50 por cento que a operadora tem na Vivo pela Telefónica, numa proposta revista em alta por duas vezes, chegando a 7,15 mil milhões de euros.
Na altura, o Governo invocou "interesse nacional" para tomar esta posição.
O conselho de administração da PT reúne-se hoje e em cima da mesa estará a análise à proposta feita pela Telefónica para ficar com a fatia que a empresa portuguesa detém na Vivo.
O presidente da Telefónica, César Alierta, assegurou na terça feira que a oferta apresentada para comprar a participação da PT na Vivo expira na sexta feira, depois de o prazo ter sido alargado face ao veto governamental ao negócio no final de Junho.